Oposi��o e governistas na C�mara avaliam que defesa de Cunha � 'inconsistente'

Bras�lia, 06 - Lideran�as da oposi��o e de partidos governistas avaliaram, reservadamente, que a defesa que o presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende apresentar ao Conselho de �tica da Casa e ao Supremo Tribunal Federal (STF) � "inconsistente" e "absolutamente fr�gil". Para parlamentares ouvidos pelo Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, sob condi��o de anonimato, os argumentos antecipados pelo peemedebista e j� divulgados pela imprensa nos �ltimos dias "n�o convencem" e n�o d�o tranquilidade para Cunha seguir no cargo.

Como publicou o jornal O Estado de S.Paulo nesta sexta-feira, 6, o presidente da C�mara dever� afirmar ao Conselho de �tica que desconhecia a origem do dep�sito de 1,3 milh�o de francos su��os em 2011 em seu favor num fundo da Su��a e que todo o dinheiro que tem fora do Pa�s � fruto da venda de carne enlatada para �frica e de opera��es no mercado financeiro. O peemedebista � acusado de ter contas secretas na Su��a, por meio das quais teria recebido dinheiro de propina de desvios de contratos na Petrobras, e patrim�nio n�o declarado no exterior.

Para escapar da cassa��o de seu mandato no Conselho de �tica por supostamente ter mentido durante depoimento � CPI da Petrobras, quando negou ter contas no exterior, Cunha dever� sustentar que n�o tinha recursos depositados na Su��a ou em qualquer outro para�so fiscal. O peemedebista dir� que possui trustes, e n�o contas correntes. O truste consiste na entrega de um bem ou dinheiro a uma institui��o para que ela o administre em favor do depositante ou de um benefici�rio. O deputado dir� que era benefici�rio, e n�o administrador.

"Ele construiu uma vers�o, � estrat�gia dele, mas n�o � consistente. � uma coisa absolutamente fr�gil", diz um l�der da oposi��o ao governo Dilma Rousseff. Para o deputado, os argumentos "n�o convencem". "At� porque ele pode n�o ter mentido que tinha contas, mas ter truste n�o declarada tamb�m � crime", afirmou. "As acusa��es s�o graves", comentou outro opositor.

Sem respiro

Para deputados governistas, a defesa apresentada por Cunha n�o d� "respiro" ao peemedebista. "Nesse momento s�o apenas palavras. N�o resolvem o problema. O Conselho de �tica vai querer comprova��o com documentos", afirmou um parlamentar do PT. Na avalia��o do deputado, as provas apresentadas pelo Minist�rio P�blico da Su��a de que o presidente da C�mara possui contas secretas e patrim�nio n�o declarado s�o bastante contundentes. "Tudo vai depender da defesa formal. O que foi adiantado at� agora n�o d� respiro para ele", avaliou.

Como vem mostrando o Broadcast Pol�tico, embora publicamente defenda seu afastamento, nos bastidores a oposi��o apoia o presidente da C�mara, para estimul�-lo a deferir o pedido de impeachment de Dilma Rousseff apresentado por eles. Opositores, contudo, deram prazo at� 15 de novembro para Cunha anunciar sua decis�o. Ap�s esse per�odo, pretendem subir o tom contra o parlamentar. O peemedebista, por sua vez, utiliza-se dessa prerrogativa para jogar tamb�m com o governo, cobrando apoio � sua perman�ncia no cargo em troca de n�o deflagrar o processo de afastamento.