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Estado de Minas

Delator diz que Dirceu recebeu R$ 1,69 milh�o em propina


postado em 07/11/2015 18:31

S�o Paulo e Curitiba, 07 - O executivo Walmir Pinheiro Santana, ligado � UTC Engenharia, disse em dela��o premiada � Procuradoria-geral da Rep�blica que o ex-ministro Jos� Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) recebeu R$ 1,69 milh�o em propina relativa �s obras do Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj). O valor teria sido repassado a Dirceu sob a autoriza��o do ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto.

� for�a-tarefa da Lava Jato, o delator contou que a assinatura do contrato do Comperj, entre a Petrobras e o Cons�rcio TUC - UTC, Odebrecht e Toyo do Brasil -, gerou "alguns compromissos" para PT no valor de R$15,51 milh�es. Walmir Pinheiro Santana relatou que Jo�o Vaccari o autorizou a abater, tamb�m dos R$ 15,51 milh�es, valores para Jos� de Filippi J�nior, ex-tesoureiro das campanhas presidenciais de Lula, em 2006, e Dilma em 2010. O delator n�o informou quando ou como o dinheiro foi pago.

"Vaccari autorizou abater destes valores de R$15,51 milh�es, R$ 400 mil para entregar para Jos� Filippi, R$ 1,69 milh�o para Jos� Dirceu e R$ 1,8 milh�o foram para algumas campanhas eleitorais (provavelmente para campanhas ao cargo de prefeito): munic�pios de Contagem, Belo Horizonte, Recife, Montes Claros, Campinas, S�o Bernardo do Campo; que h� um valor de R$ 150 mil que acha que foi para um evento em Belo Horizonte organizado pelo PT (houve procura pelo depoente de uma senhora do PT de Minas Gerais)", declarou o executivo.

No depoimento prestado em 6 de agosto deste ano, Walmir Pinheiro Santana afirmou que Jo�o Vaccari parecia ter 'uma fragmentadora nas m�os, pois destru�a todas as anota��es de pagamentos'. "Todo controle era feito por Vaccari "de cabe�a"; que quem tinha "procura��o desta conta" junto com UTC era Vaccari, sendo ele quem controlava tudo."

Walmir Pinheiro Santana era bra�o-direito do dono da UTC, Ricardo Pessoa, na empresa. O empreiteiro tamb�m delatou, em depoimento de 28 de maio, pagamento de R$ 15 milh�es em propinas ao PT por meio de "doa��es oficiais fracionadas". Ricardo Pessoa � um dos principais delatores do esquema de corrup��o e propinas instalado na Petrobras entre 2004 e 2014.

No celular de Ricardo Pessoa foram encontradas mensagens trocadas entre ele e Walmir Pinheiro Santana, no final de julho de 2014, que sugeriam que as doa��es da empreiteira para a campanha de reelei��o da presidente Dilma Rousseff estavam relacionadas ao recebimento de valores dos contratos que ele det�m na Petrobras, segundo an�lise feita pela Pol�cia Federal com base em material anexado aos autos da Opera��o Lava Jato.

Contrato

As obras do Comperj come�aram em 2009. As empresas do TUC eram s�cias em contrato de R$ 2 bilh�es. Ao todo, o cons�rcio teve R$ 3,8 bilh�es da estatal.

O delator afirmou � for�a-tarefa da Lava Jato que participou 'da estrutura��o do neg�cio do Comperj'. Segundo o executivo, a Petrobras resolveu, naquela ocasi�o, fazer uma "contrata��o direta" para execu��o da obra.

"Neste momento, J�lio Camargo (que era representante da Mitsui) disse a Ricardo Pessoa dizendo que "havia trazido este neg�cio para UTC"; como neg�cio n�o saiu em prol da Mitsui, J�lio ponderou que teria direito receber valores em raz�o do projeto; Ricardo Pessoa aceitou pagar valor, de aproximadamente R$ 42 milh�es, faturado em benef�cio de algumas empresas de J�lio Camargo (o depoente lembra agora do nome da Piemonte, por exemplo)", disse Walmir Pinheiro Santana.

O depoimento informa ainda que o executivo 'est� apresentando neste ato contratos, comprovante de pagamentos notas fiscais relativos estes "repasses" para J�lio Camargo'. Segundo o delator, para justificar estes repasses, foram realizados alguns contratos fict�cios para amparar os pagamentos.

Procurado, o advogado de Jos� de Filippi J�nior n�o retornou contatos da reportagem.

O Partido dos Trabalhadores, por sua vez, informou que "todas as doa��es" recebidas foram realizadas "estritamente dentro dos par�metros legais e declaradas � Justi�a Eleitoral".

O criminalista Luiz Fl�vio Borges D'urso, que defende Jo�o Vaccari Neto comentou: "A defesa de Jo�o Vaccari Neto reitera que essas manifesta��es s�o oriundas de uma dela��o, de modo que, primeiramente, n�o procede e n�o h� nenhum elemento de prova que possa corroborar essas informa��es. At� porque o sr. Vaccari jamais solicitou, recebeu ou negociou dinheiro de origem il�cita. Apenas cumpriu seu papel, enquanto tesoureiro do PT, ao solicitar doa��es de pessoas f�sicas e jur�dicas, indicando a conta do partido para que essas doa��es absolutamente legais fossem depositadas."

J� o criminalista Roberto Podval, que defende o ex-ministro Jos� Dirceu, tem declarado reiteradamente que o ex-ministro da Casa Civil (Governo Lula) jamais recebeu propinas. Segundo Podval, todos os valores recebidos pela AJD Assessoria e Consultoria, empresa de Dirceu, tiveram origem em contratos de servi�os efetivamente prestados. Podval afirma que � uma injusti�a Dirceu ter se tornado alvo da Lava Jato.


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