Pela primeira vez, o l�der do PSDB, Carlos Sampaio (SP), subiu � tribuna para cobrar o afastamento de Cunha do cargo de presidente. At� ent�o, entre idas e vindas, o partido havia apenas assinado uma nota sobre o assunto. Em rea��o ao pedido de afastamento defendido pelos tucanos, o l�der do PSC na C�mara, Andr� Moura (SE), leu em plen�rio uma nota de apoio Cunha. O documento foi assinado por 13 partidos que representam mais de 230 parlamentares.
No documento, l�deres de siglas como PR, PMDB, PSC, PP, PSD, PTB, Solidariedade, PEN, PMN, PRP, PHS, PTN e PT do B, dizem apoiar e ter total confian�a na condu��o dos trabalhos de Cunha na presid�ncia da Casa. "As den�ncias apresentadas seguir�o o curso do devido processo legal, onde haver� condi��o de defesa e julgamento por inst�ncias pr�prias e o princ�pio da presun��o da inoc�ncia."
Moura afirmou que ningu�m pode ser condenado de forma antecipada e que o caso de Cunha n�o pode ser politizado. "Eventuais disputas pol�ticas n�o podem prevalecer para paralisar o funcionamento da Casa no momento em que o Pa�s exige e espera que a C�mara dos Deputados delibere as mat�rias que o Brasil precisa para retomar o crescimento", afirmou.
Segundo Moura, o grupo procurou o l�der do governo, Jos� Guimar�es (PT-CE), para que os petistas apoiassem o documento. Ele afirmou que a nota chegou a ser encaminhada a Guimar�es, mas os petistas n�o haviam se posicionado at� o final da noite de ontem. "Se o PT resolver assinar mais para frente, ser� �timo", disse.
O l�der do PSDB afirmou ontem que vai esperar a apresenta��o da defesa de Cunha no Conselho de �tica para definir uma posi��o sobre a possibilidade de pedir a cassa��o do mandato dele. Ele garantiu a perman�ncia dos tucanos Betinho Gomes (PE) e Nelson Marchezan J�nior (RS). Nos bastidores, os dois j� adiantaram que votar�o a favor da cassa��o de Cunha. Por ora, contudo, n�o ir�o se manifestar publicamente. O DEM e o PPS devem seguir o posicionamento dos tucanos.
Impeachment
Apesar das cr�ticas mais enf�ticas a Cunha, o PSDB ainda espera que ele delibere a favor da abertura de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na tribuna, Sampaio usou toda a segunda parte de sua fala para defender um processo de afastamento da presidente.
O presidente da C�mara comprometeu-se a tomar uma decis�o sobre impeachment at� o fim deste m�s. A aliados, Cunha demonstrou irrita��o com o PSDB. Integrantes do partido j� temem sofrer retalia��o, com a perda de relatorias de projetos relevantes. Como presidente, Cunha tem o poder de indicar nomes e, ao longo do ano, prestigiou o PSDB.
Outro receio dos tucanos � de que Cunha desista de prorrogar a CPI do BNDES, comiss�o que tem causado dor de cabe�a ao governo. Hoje, deve ser aprovada a convoca��o do ex-secret�rio do Tesouro Arno Augustin, que teve papel relevante no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. O PT aceitou cham�-lo em vez de convocar o pecuarista Jos� Carlos Bumlai, que � ligado ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
Cunha afirmou que a posi��o do PSDB "n�o altera em nenhuma v�rgula" sua posi��o sobre os pedidos de impeachment. "N�o tenho prazo determinado e jamais o farei sob press�o. Minha decis�o ser� dada de forma t�cnica", disse.