
O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira a nota escrita pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na qual o comandante da economia pregou a seguran�a fiscal com corte de gastos e disse ser preciso enfrentar "as dificuldades de pagar impostos" para voltar a crescer, sem dar sinais de flexibilidade nas pol�ticas de ajuste adotadas at� agora.
Em conversa reservada com parlamentares do PT, em Bras�lia, Lula avaliou que o documento de Levy foi mais um "libelo" do "econom�s", em defesa do arrocho.
Levy divulgou a carta na tarde de ontem para agradecer um jantar oferecido a ele na v�spera, com 52 senadores de v�rios partidos, na casa do l�der do PMDB, Eun�cio Oliveira (CE). O texto tamb�m causou mal estar no Pal�cio do Planalto porque, segundo auxiliares da presidente Dilma Rousseff, n�o conseguiu apontar com clareza para o futuro.
"Como observei, os instrumentos mais habituais de est�mulo � economia j� foram usados � exaust�o. Portanto, teremos que trabalhar para enfrentar quest�es estruturais, de forma a dar competitividade ao pa�s em um per�odo em que n�o poderemos contar com os mesmos pre�os favor�veis para nossas mat�rias primas", escreveu Levy, em nota divulgada na Quarta-feira.
"Enfrentar a burocracia, as dificuldades de pagar impostos e a incerteza nas regras de neg�cios � o imperativo para voltarmos a crescer e a espinha de nossa estrat�gia econ�mica."
Lula pressiona Dilma, nos bastidores, para substituir Levy pelo ex-ministro do Banco Central Henrique Meirelles. Alega que o governo precisa liberar mais cr�dito na pra�a e "vender" um discurso de "esperan�a", indicando onde quer chegar sem falar toda hora em corte, aumento de impostos, desemprego e infla��o.
Embora o Diret�rio Nacional do PT tenha recuado publicamente das cr�ticas mais �cidas a Levy, h� duas semanas, nos bastidores o coment�rio � que o partido perder� toda a sua base social e ter� extrema dificuldade nas elei��es municipais de 2016, principalmente em S�o Paulo, se Dilma n�o der uma guinada na pol�tica econ�mica.
A presidente resiste a dispensar Levy, neste momento, porque, ao contr�rio de Lula, avalia que trocar o ministro da Fazenda agora passaria um sinal de fragilidade ao mercado financeiro, indicando descontrole nos rumos do governo.
Dilma j� foi convencida, por�m, de que � necess�rio afrouxar um pouco o ajuste fiscal para evitar que a recess�o piore ainda mais. No Planalto, o coment�rio � que, se Levy n�o concordar com essas mudan�as, sua situa��o ficar� insustent�vel.