S�o Paulo, 12 - Partido que ora esteve com PSDB, ora com PT na esfera nacional, o PMDB quer criar uma imagem pr�pria para 2018 e o maior Estado do Pa�s pode servir como passo importante nessa estrat�gia j� em 2016. O diret�rio estadual trabalha com a meta de crescer 20% em n�mero de prefeituras em S�o Paulo e com uma candidatura pr�pria forte na capital - Marta Suplicy � tida praticamente como certa para a vaga.
O tesoureiro do diret�rio paulista e chefe do escrit�rio do presidente nacional do partido, vice-presidente da Rep�blica Michel Temer, Arlon Viana, acredita que o partido tem motivo para estar otimista e chegar a ter entre 110 e 120 prefeituras - hoje s�o 90. O presidente estadual, deputado federal Baleia Rossi, mais conservador, diz que ultrapassar a marca de 100 j� seria positivo. De toda forma, a expectativa do partido � consolidar o crescimento na segunda elei��o municipal ap�s a morte de Orestes Qu�rcia em 2010, que simbolizou o desmantelamento da for�a que o PMDB teve no Estado. Em 2012, o partido passou de 78 para 90 prefeituras.
Para chegar ao objetivo, a sigla lan�ar� um n�mero maior de candidaturas. Segundo Baleia Rossi, em 2012 foram cerca de 250 cabe�as de chapa e, em 2016, a ideia � ultrapassar 300. A presen�a partid�ria no Estado � outro foco para fortalecer as candidaturas pr�prias. Hoje o PMDB s� n�o tem diret�rio ou comiss�o provis�ria em 30 dos 645 munic�pios do Estado e quer sanar esse d�ficit at� mar�o, segundo o secret�rio-geral da Executiva Estadual, deputado estadual Jorge Caruso. A estrutura ajudaria a refor�ar a milit�ncia tradicional, vista como estrat�gica num momento em que os caixas de campanha sofrer�o restri��es, seja pela lei eleitoral, seja pela Lava Jato.
"Creio que o crescimento seja algo natural em vista do p�ssimo desempenho do PT", disse Viana � reportagem. "O PT perdeu a identidade como partido da classe mais necessitada, perdeu sua ess�ncia e vai ter uma resposta dura nas elei��es aqui em S�o Paulo". Para Caruso, o PSDB tamb�m tem um desgaste no Estado, o que pode favorecer nomes do PMDB no interior. "A crise pol�tica no geral est� fazendo a popula��o querer participar e olhar para novos nomes", avalia Caruso.
Fator Marta
Os dirigentes do partido evitam falar oficialmente que Marta Suplicy ser� a candidata, por causa da rivalidade com Gabriel Chalita, presidente do PMDB na Capital e aliado do prefeito petista Fernando Haddad. Mas, com o afastamento de Chalita dos cabe�as do partido, a candidatura da senadora � dada como certa e, se vitoriosa, vista como uma conquista de peso para o PMDB nacionalmente.
"O PMDB est� entusiasmado com a candidatura majorit�ria na capital e sair com dois d�gitos seria um bel�ssimo come�o", disse Rossi � reportagem em refer�ncia � pesquisa Datafolha que trouxe Marta com 13% de inten��es de voto, empatada com Haddad. "A Marta tem um recall dos programas sociais, que s�o uma marca da gest�o dela. Acho que ela tem grandes chances de disputar de igual para igual com qualquer candidato", afirmou, sem descartar a possibilidade de Chalita ser o nome do partido.
"O importante � ter candidatura pr�pria, que tamb�m alavanca a candidatura de vereadores e de candidatos na regi�o metropolitana", lembra Arlon Viana. Cidades importantes da regi�o metropolitana assistem ao programa eleitoral do PMDB na Capital, como Guarulhos, S�o Bernardo do Campo, Mau�, Osasco e Santo Andr�, destaca Baleia Rossi. Os munic�pios s�o conhecidos por serem do "cintur�o vermelho" do PT no Estado.
Na capital, a expectativa do partido � a candidatura Marta impulsionar a pequena bancada, hoje em quatro vereadores, para seis ou sete cadeiras na Capital.
As declara��es pr�-Marta v�m crescendo na legenda desde que o prefeito Fernando Haddad cortou cargos na gest�o municipal de pessoas ligadas a dois vereadores peemedebistas - Nelo Rodolfo e Ricardo Nunes. Um v�deo do fim de outubro, em que Haddad apareceu ironizando a �tica do PMDB, tamb�m irritou dirigentes. "� t�o mais f�cil mudar de partido, n�? Tem partidos t�o mais �ticos com o PMDB", disse Haddad na ocasi�o.
"N�s n�o somos aliados do PT em S�o Paulo. O presidente Chalita � aliado do prefeito e as secretarias s�o ligadas ao Chalita, n�o ao PMDB. Como ser partido da base se o Haddad fica ironizando o PMDB na quest�o de �tica", respondeu Caruso ao Broadcast Pol�tico. O PMDB tem tr�s secret�rios na gest�o Haddad: o pr�prio Chalita (Educa��o), Luciana Temer (Assist�ncia Social) e Marianne Pinotti (Pessoa com Defici�ncia)
Instabilidades
Caruso lembra que, com a decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) de que os mandatos dos prefeitos pertencem aos eleitos e n�o ao partido e a mudan�a do prazo limite de filia��o para disputar o pleito (de 1 ano para 6 meses), ainda h� muita instabilidade at� a elei��o de 2016. "Vamos ter muita dan�a das cadeiras at� abril, mas tamb�m n�o estamos preocupados em trazer prefeito A ou B nem manter ningu�m que n�o tenha identifica��o com o partido. Queremos prefeitos que honrem o PMDB."