Bras�lia, 14 - A presidente Dilma Rousseff embarcou ontem para participar da reuni�o de c�pula do G-20, na Turquia, neste fim de semana, convicta de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ainda "tem miss�es a cumprir" no governo, segundo interlocutores. A presen�a do ministro na comitiva ministerial ajuda a acalmar um pouco as in�meras press�es contra o titular da equipe econ�mica, que partem especialmente do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
Embora entenda que, em algum momento, ter� de trocar Levy, Dilma avalia que a mudan�a n�o deve ser para agora. Por isso, resiste e reafirmou sua disposi��o em ainda mant�-lo, em conversas com interlocutores ontem, horas antes de viajar para a cidade turca de Ant�lia.
A presidente decidiu antecipar seu embarque para a viagem � Turquia, inicialmente marcado para �s 18h, e decolou pouco antes das 15h. Levy e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, n�o viajaram com Dilma no avi�o presidencial, mas se incorporam � comitiva na Turquia, assim como Mauro Vieira, das Rela��es Exteriores. A chegada a Ant�lia est� prevista para �s 9h30 de hoje.
Press�o
A presidente, segundo interlocutores, n�o reage bem a press�es, principalmente quando est�o no auge, como agora. Mas sabe que acabar� tendo que ceder ao cerco contra Levy para dar lugar a um novo �nimo no cen�rio econ�mico. No Planalto, fala-se em dar sinais de "uma luz no fim do t�nel" em 2016. Mas neste momento, Dilma apenas tem ouvido todas as queixas e as "digerindo", segundo um auxiliar.
A sucess�o de boatos sobre uma demiss�o de Levy tem incomodado a presidente. Mas, ao mesmo tempo, Levy fez chegar ao Planalto que quer ficar no cargo e que concorda com Dilma sobre as "miss�es a cumprir". S� que, avalia-se, a insist�ncia dos rumores fragiliza o ministro e desgasta a presidente, que se sente ainda mais sob press�o e se v� obrigada a ouvir as repetidas investidas de Lula - ele n�o esconde sua prefer�ncia pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e tem estimulado seu antigo auxiliar a operar sua volta ao governo.
Na quinta-feira, Levy teve uma vit�ria nas suas batalhas no Congresso, quando a Comiss�o Mista de Or�amento aceitou recuar da decis�o de autorizar a Uni�o a abater R$ 20 bilh�es da sua meta fiscal de 2016 de investimentos do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC).
O movimento foi visto como um "cr�dito" a Levy, que precisa ainda aprovar outras medidas da segunda etapa do ajuste fiscal - da repatria��o de recursos mantidos por brasileiros no exterior, que precisa ainda do aval do Senado, at� a Desvincula��o das Receitas da Uni�o (DRU), instrumento que liberaria mais verbas ao governo para uso sem restri��es. Em jogo, est�o ainda o Or�amento de 2016 e as discuss�es sobre a nova CPMF.
Auxiliares da presidente reconhecem que quem assumir o minist�rio ter� de dar seguimento � agenda de arrocho de Levy e que n�o vai conseguir, num "passe de m�gica", reverter o cen�rio negativo que toma conta do Pa�s. Mas estes mesmos auxiliares entendem que trocar Levy por Meirelles n�o seria trocar seis por meia d�zia, mas sim, seis por sete. O racioc�nio � que Meirelles tem mais disposi��o pol�tica para lidar com a economia. "� preciso que se apresente um discurso mais otimista, mesmo em momento de dificuldade", diz um assessor palaciano.
Interlocutores de Dilma contam que mesmo depois de ter conseguido reverter uma derrota no caso do Or�amento no Senado, o ministro ainda continuou reclamando. "Isso dificulta seu di�logo com o Congresso", comentou este auxiliar.
Os rar�ssimos otimistas que apostam em uma perman�ncia maior de Levy acreditam que, com a aprova��o destas medidas, e o encaminhamento das medidas no Congresso, a economia come�ar� a dar sinais de recupera��o, ainda que t�midos.