Propina em Pasadena poderia chegar a US$ 100 milh�es, segundo delator

S�o Paulo, 16 - A propina na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), poderia chegar � cifra de US$ 100 milh�es. A informa��o � do novo delator da Opera��o Lava Jato, Agosthilde M�naco de Carvalho, subordinado ao ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerver� - principal respons�vel pelo neg�cio.

Carvalho declarou ao Minist�rio P�blico Federal que Alberto Feilhaber, um ex-executivo da Petrobras que havia se tornado representante da trading Astra Oil, disse ao engenheiro Carlos Roberto Barbosa - funcion�rio da Petrobras cedido � Petrobras America Inc (PAI) - que estaria disposto a pagar entre US$ 80 milh�es e at� US$ 100 milh�es "para resolver definitivamente" lit�gio em arbitragem relativa � Pasadena - a demanda se arrastava havia dois anos.

Segundo ele, o auge da disputa ocorreu entre 2010 e 2012.

Nesta segunda-feira, 16, a Pol�cia Federal deflagrou a Opera��o Corros�o, 20� fase da Lava Jato. A nova etapa da investiga��o mira em Pasadena, caso emblem�tico da corrup��o instalada na Petrobras. Segundo o Tribunal de Contas da Uni�o, a compra da refinaria causou um preju�zo de US$ 792 milh�es.

O lit�gio envolveu a compra da segunda metade da refinaria da Astra - neg�cio iniciado em 2005 por Cerver�. Tanto Carvalho como outro delator da Lava Jato, Fernando Baiano, confessaram terem participado da movimenta��o de propina de US$ 15 milh�es, na primeira etapa do neg�cio, envolvendo a compra de 50% da unidade da antiga dona, a Crown.

Na ocasi�o, M�naco de Carvalho exercia a fun��o de assistente do diretor da �rea Internacional - cadeira que ocupou entre 2003 e 2008. "Ap�s o in�cio do processo de arbitragem, o declarante (M�naco de Carvalho) recebeu a visita do sr. Alberto Failhaber na BR Distribuidora."

A visita, segundo o delator, ocorreu pouco antes da data designada para o depoimento do ent�o diretor de Internacional da Petrobras, Nestor Cerver�, nos Estados Unidos.

"Neste dia, o sr. Alberto Failhaner pediu a Cerver� para 'dar uma for�a' junto ao diretor Zelada (Jorge Zelada, sucessor de Cerver� na Internacional), auxiliando no fechamento de um acordo pois a Astra estava precisando de dinheiro. Nestor Cerver� disse que n�o teria condi��es de ajudar; que, posteriormente, no auge da disputa em lit�gio nos Estados Unidos o engenheiro Carlos Roberto Barbosa disse ao declarante (M�naco de Carvalho) que o sr. Alberto Failhaber estaria disposto a pagar a quantia vari�vel de US$ 80 milh�es e US$ 100 milh�es para resolver definitivamente o problema."

M�naco de Carvalho disse que "em uma viagem de rotina" ele tomou conhecimento que a Astra Oil teria adquirido uma refinaria em Pasadena e que "um ex-funcion�rio da Petrobras, Alberto Failhaber, era vice-presidente da opera��o de trading para a Am�rica Latina nesta empresa".

O novo delator da Lava Jato disse que pediu ao engenheiro Carlos Roberto Barbosa que o ajudasse a fazer contato com Failhaber. Segundo ele, os dois, Failhaber e Carlos Roberto Barbosa, haviam trabalhado juntos na Petrobras e "mantinham uma rela��o de amizade".

"Em janeiro de 2005, soube que a empresa tinha acabado de adquirir a refinaria de Pasadena e teria interesse de negociar at� 100% da mesma", relatou M�naco de Carvalho. Ele disse, ainda, que Cerver� o orientou a receber Alberto Failhaber na Petrobras "para confirmar o teor da proposta".