Bras�lia, 21 - Com briga entre manifestantes contr�rios e a favor do governo Dilma Rousseff, defensores do impeachment da presidente e entusiastas de interven��o militar foram retirados do gramado da Esplanada dos Minist�rios, em frente ao Congresso Nacional nesta noite.
Apesar de a retirada transcorrer de maneira pac�fica por parte das pol�cias Militar e Legislativa, um grupo com cerca de vinte pessoas, acompanhado do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), chegou ao local enquanto era feita a desocupa��o. Gritos de "n�o vai ter golpe" desse grupo despertaram a aten��o dos manifestantes. Rapidamente, um tumulto se iniciou, com gritaria e agress�es. A Pol�cia Militar usou g�s de pimenta para conter a briga. O deputado negou ter ido ao local para fazer uma provoca��o. "Viemos exercer a democracia", argumentou.
Ao longo do dia, o clima no local foi de impasse. De um lado, integrantes dos movimentos Avan�a Brasil, Brasil Livre e Revoltados Online desmontaram pouco a pouco as barracas, instaladas h� pelo menos um m�s como forma de press�o para que o Congresso votasse o impeachment de Dilma. De outro, o grupo dos "intervencionistas" indicava que iria oferecer maior resist�ncia.
"S� sa�mos com ordem judicial. A �nica coisa que recebemos at� agora foi uma recomenda��o, feita oralmente", disse um dos l�deres do Movimento Patriota Nacional, Daniel Barbosa.
Segundo o secret�rio adjunto da Casa Civil do Distrito Federal, Igor Tokarski, n�o � permitida qualquer edifica��o na �rea sem a autoriza��o do governo. Por precau��o, as visitas ao Congresso foram canceladas neste fim de semana. O tr�nsito na via que d� acesso �s Casas Legislativas tamb�m foi bloqueado.
Uma das turistas, simpatizante dos "intervencionistas", discutia com o vendedor ambulante de sorvetes. "Esse lugar � do povo." E ele rebatia: "Uma coisa � manifestar. Outra � tomar conta do lugar." Manifestantes receberam, na noite de quinta-feira, o aviso de que teriam de deixar o local em 48 horas. A decis�o foi tomada num acordo entre o governo do Distrito Federal, a presid�ncia da C�mara dos Deputados e do Senado, logo ap�s um confronto entre integrantes da CUT, do Movimento de Mulheres Negras e partid�rios do movimento pr�-impeachment.
Ao todo, estavam no local montado pelos "intervencionistas" cerca de 50 pessoas. "Estamos aqui desde mar�o. � um direito nosso protestar", disse Barbosa, que chegou a Bras�lia h� uma semana, depois de passar uma temporada em seu Estado, o Rio Grande do Sul.
Entre os integrantes do movimento pr�-impeachment, o clima era de pragmatismo. "Ter�amos de sair mais cedo ou mais tarde. Em dezembro, os trabalhos no Congresso terminam, n�o faria sentido ficarmos", afirmou Charlo Ferreson. Cabeleireira, ela chegou do Rio h� 15 dias para participar do protesto.
Ao final da opera��o, foram retiradas do local todas as barracas que abrigavam os manifestantes e um boneco infl�vel com a figura de um militar usando a faixa presidencial. Jovens chegaram a resistir nas barracas, mas foram carregados pelos policiais.
Marcelo Reis, fundador do Revoltados Online, disse que entrou com um mandado de seguran�a no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida de desocupa��o.