Bras�lia, 24 - A CPI do Carf deve encerrar os trabalhos nesta semana sem ouvir a maioria dos investigados no esquema de corrup��o no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, uma esp�cie de "tribunal" que julga recursos de contribuintes contra multas aplicadas pela Receita; ou avan�ar nas investiga��es da compra de medidas provis�rias para beneficiar o setor automobil�stico, caso que envolve o filho mais novo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e ex-ministros do governo petista.
Em seis meses, apenas o representante de uma das dezenas de empresas suspeitas de pagar propina em troca de anula��o de suas multas no Carf foi ouvido. Outros 15 empres�rios foram convocados, mas o presidente da CPI, Ata�des Oliveira (PSDB-TO), n�o marcou a data para as oitivas. O prazo final para a conclus�o dos trabalhos � 18 de dezembro, mas um acord�o prev� a apresenta��o do relat�rio final pela senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) j� nesta quinta-feira e a sua vota��o na semana seguinte.
"� poss�vel que ela apresente o relat�rio nesta semana. Estou decepcionado com essa CPI. Os resultados n�o foram o que eu esperava. N�o conseguimos avan�ar al�m do que as investiga��es da Zelotes. Acho que temos que ter uma nova CPI s� sobre a compra das MPs", disse o presidente da CPI. Sobre as oitivas n�o agendadas, ele justificou: "N�o adianta chamar. Voc� n�o consegue extrair informa��es. Eles chegam com habeas corpus", complementou.
A apresenta��o do relat�rio final encerra qualquer possibilidade de a CPI ouvir o total de 44 pessoas que foram convocadas, mas que n�o foram chamadas a prestar depoimento. Interlocutores da CPI disseram ao Estado que outro objetivo � evitar que as investiga��es avancem de forma que n�o ser� mais poss�vel evitar as convoca��es, por exemplo, do ex-ministro Guido Mantega e de empres�rios financiadores de campanhas.
Requerimentos
A CPI j� rejeitou requerimentos para ouvir o ex-presidente Lula, que assinou medidas provis�rias sob suspeita de terem sido compradas pelo mesmo grupo que atuava no Carf; o filho dele Lu�s Claudio Lula da Silva, suspeito de ter recebido R$ 2,4 milh�es do lobista Mauro Marcondes por meio da LFT Marketing Esportivo; o pr�prio lobista, que est� preso na Papuda por causa do suposto envolvimento nos esquemas do Carf e da compra de MPs; e a mulher dele, Cristina Marcondes, que cumpre pris�o domiciliar.
Os senadores tamb�m rejeitaram ouvir o ex-ministro Gilberto Carvalho, citado em agendas e documentos dos lobistas relacionado ao esquema das MPs e ainda por duas vezes foram contra convocar a ex-ministra Erenice Guerra. Erenice diz que n�o fala com a imprensa e Carvalho nega envolvimento com o esquema de compra de MPs.
O filho de Lula diz que recebeu da empresa de Marcondes por servi�os prestados na �rea de marketing. Mantega escapou da convoca��o uma vez. Agora, um novo requerimento foi apresentado para que ele explicasse indica��es de conselheiros no Carf que, segundo a Zelotes, teriam como objetivo direcionar votos para favorecer uma empresa dirigida por um amigo, o que Mantega nega.
Vanessa disse que pedir� o indiciamento de cerca de 20 pessoas, todas alvo da Opera��o Zelotes. O relat�rio final ser� baseado em 18 quebras de sigilo feitas pela CPI, al�m do material compartilhado pela Zelotes. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.