S�o Paulo, 25 - A reuni�o em que o senador Delc�dio Amaral (PT/MS), l�der do governo, exp�s seu plano para barrar a Opera��o Lava Jato foi captada com um iPhone e um gravador de voz. O registro da conversa, de 1h35, foi feito por Bernardo Cerver�, filho do ex-diretor da �rea Internacional da Petrobr�s Nestor Cerver�. Delc�dio Amaral foi preso nesta quarta-feira, 25, por tentativa de atrapalhar as investiga��es da Lava Jato.
No encontro, estavam presentes, al�m do senador e de Bernardo Cerver�, o advogado Edson Ribeiro, defensor de Cerver�, e Diogo Ferreira, chefe de gabinete de Delc�dio. Edson Ribeiro, Diogo Ferreira e o banqueiro Andr� Esteves, dono do BTG Pactual, tamb�m foram presos pela Pol�cia Federal nesta manh�.
Segundo o Minist�rio P�blico Federal, o l�der do governo estava se esfor�ando para dissuadir Nestor Cerver� de firmar acordo de colabora��o com a Procuradoria 'ou, quando menos, para evitar que ele o delatasse e a Andr� Esteves, controlador do Banco BTG Pactual'. Por isso, Delc�dio Amaral ofereceu a Bernardo Cerver� uma mesada de R$ 50 mil � fam�lia de Nestor Cerver� e prometeu intercess�o pol�tica junto ao Poder Judici�rio em favor da liberdade do pai.
"O depoente (Bernardo Cerver�) fez a grava��o com outros dois dispositivos, especificamente um iPhone e um gravador de voz", relatou o filho do ex-diretor em depoimento ao Minist�rio P�blico Federal.
Bernardo Cerver� relatou � Procuradoria que nas reuni�es do grupo era praxe que os presentes recolhessem telefones celulares, 'guardando-os em lugar mais afastado'. Segundo o Minist�rio P�blico Federal, foram realizados 'v�rios encontros entre Bernardo Cerver� e os demais interlocutores'.
A grava��o foi feita durante uma reuni�o em Bras�lia, em su�te do Hotel Royal Tulip, no �ltimo dia 4 de novembro. "Esta reuni�o n�o foi exce��o, havendo os presentes recolhido seus telefones a um arm�rio; que o depoente, j� sabendo disso, providenciou aparelho de celular adicional, para poder ser percebido pelos demais ao guardar seu aparelho", relatou Bernardo Cerver�.
O filho do ex-diretor da estatal afirmou que durante o encontro percebeu a suspeita do assessor Diogo e guardou a mochila no arm�rio onde estavam recolhidos os celulares, 'desculpando-se com os presentes com o argumento de que dentro da mochila havia um iPad'. "Em determinado momento
da reuni�o, o assessor Diogo percebeu a presen�a de um aparelho de grava��o dissimulado, do tipo "chaveiro- espi�o", dependurado na mochila do depoente", declarou Bernardo Cerver�.
"A rea��o de Diogo foi muito denotativa de desconfian�a, pois ele se levantou, se aproximou da mochila e chegou a ficar de costas para os presentes para examinar de perto da mochila; que a partir da� Diogo postou-se entre a mochila e o senador e ligou o televisor, aumentando o volume; que o "chaveiro- espi�o" n�o estava gravando, pois o depoente n�o teve tempo de acion�-lo."
Dela��o
No �ltimo dia 18, ap�s intensas negocia��es, Cerver� fechou acordo de dela��o premiada com a Procuradoria-Geral da Rep�blica. Era esse o temor de Delc�dio. O l�der do governo tinha receio de que Cerver� o envolvesse no esquema de propinas na Petrobr�s, estatal onde o petista trabalhou no setor de �leo e G�s, no governo Fernando Henrique Cardoso.
"Nestor Cerver� narra a pr�tica de crimes de corrup��o passiva por Delc�dio Amaral, no contexto da aquisi��o de sondas pela Petrobras S/A e da aquisi��o
da Refinaria de Pasadena, nos EUA, tamb�m efetuada pela Petrobras S/A; descreve, ainda, a pr�tica de crime de corrup��o ativa por Andr� Esteves, por meio do Banco BTG Pactual, consistente no pagamento de vantagem indevida ao Senador Fernando Collor, no �mbito de contrato de embandeiramento de
120 postos de combust�veis em S�o Paulo, que pertenciam conjuntamente ao Banco BTG Pactual e a grupo empresarial denominado Grupo Santiago", informa a Procuradoria-Geral da Rep�blica no pedido de pris�o de Delc�dio do Amaral.
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Filho de Cerver� gravou reuni�o com telefone e gravador de voz
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