MPF de SP denuncia ex-agentes por 1� morte da ditadura

S�o Paulo, 27 - O Minist�rio P�blico Federal em S�o Paulo denunciou quatro ex-agentes da ditadura pela morte, em 1969, do oper�rio e sindicalista Virg�lio Gomes da Silva, considerado oficialmente o primeiro desaparecido pol�tico ap�s o golpe de 1964. Segundo a Procuradoria da Rep�blica, o major Inoc�ncio Fabr�cio de Matos era um dos chefes da Opera��o Bandeirante (Oban) e participou, junto com seus subordinados Homero Cesar Machado, Maur�cio Lopes Lima e Jo�o Thomaz, da pris�o e da tortura de Virg�lio.

Pelo menos outras dez pessoas, j� falecidas, tamb�m se envolveram no crime. Os denunciados devem responder por homic�dio triplamente qualificado e oculta��o de cad�ver.

Virg�lio foi morto nas depend�ncias do pr�dio onde funcionava a Opera��o Bandeirante, em S�o Paulo, dia 29 de setembro de 1969. Ele havia se notabilizado no in�cio daquele m�s por comandar o sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, solto dias depois em troca da liberta��o de 15 presos pol�ticos.

Pouco depois do crime, a Opera��o Bandeirante deu origem ao Destacamento de Opera��es e Informa��es do II Ex�rcito (DOI), que, sob o comando do major Carlos Alberto Brilhante Ustra, transformou-se em um dos principais centros de tortura do regime militar. S� entre 1970 e 1974, durante a gest�o de Ustra, 37 pessoas morreram ou desapareceram ap�s passarem pela unidade.

O oper�rio foi o primeiro dos 136 militantes de esquerda cuja morte pelas for�as de repress�o ditatoriais est� confirmada. Ele era um dos dirigentes da A��o Libertadora Nacional, grupo de resist�ncia capitaneado pelo militante comunista Carlos Marighela. Segundo a Procuradoria, a persegui��o a ele, no entanto, acontecia desde 1964, quando fora preso por liderar uma greve na empresa onde trabalhava, a Nitroqu�mica, no ano anterior.

Se condenados, al�m de cumprirem penas de pris�o pela morte de Virg�lio e a oculta��o do cad�ver, os agentes podem perder cargos p�blicos que ainda ocupem, bem como ter aposentadorias cassadas e o cancelamento de medalhas e condecora��es recebidas.