Toffoli diz que Supremo ficou 'chocado' com caso Delc�dio

S�o Paulo, 27 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que seus colegas da Corte ficaram "chocados" com a revela��o da grava��o em que o senador Delc�dio Amaral (PT-MS) disse ter conversado com os magistrados para viabilizar a liberta��o do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerver�. Toffoli disse que seu sentimento pessoal foi de 'tristeza' quando soube que seu nome foi citado pelo petista como um dos interlocutores.

"Ficamos chocados com essa informa��o", disse o ministro pouco antes de participar do encerramento de um semin�rio promovido pela Associa��o dos Advogados de S�o Paulo. "O sentimento � de tristeza porque estamos sujeitos a este tipo de pessoas, desse tipo de atitude, que se gabam de fazer algo que n�o fez", completou.

O ministro afirmou que a pris�o dos envolvidos na suposta trama para barrar a Lava Jato foi a resposta do Supremo.

"A decis�o da pris�o j� � uma resposta a este tipo de atitude". Toffoli disse que '� comum' a conversa entre ministros do Supremo e parlamentares para discuss�es em torno de temas relevantes � sociedade. "Fui v�rias vezes tratar de reforma pol�tica no Senado e na C�mara em audi�ncias p�blicas", exemplificou.

"Isso faz parte do dia a dia de um juiz. � importante ficar claro que o juiz � talhado e tem todas as defesas da inamovibilidade e vitaliciedade exatamente para ser independente", completou.

O ministro afirmou que foi informado sobre a grava��o que resultou na pris�o de Delc�dio pelo ministro Teori Zavaski, relator no Supremo dos processos ligados � Opera��o Lava Jato, ap�s a sess�o ordin�ria da Segunda Turma do STF. "Ele nos esclareceu que estava com aquele pedido (de pris�o do senador, do banqueiro Andr� Esteves e outras duas pessoas) e decidimos em conjunto. No dia seguinte referendamos, reunindo se abertamente na quarta-feira pela manh�", relatou.

Sobre o destino do senador Delc�dio do Amaral, Toffoli disse que ele certamente ser� alvo de investiga��o e um eventual processo. "Por enquanto o que se decidiu foi pela pris�o, e o relator por fazer algumas dilig�ncias a respeito do processo, como buscas e apreens�es no gabinete do senador".

"A eventual den�ncia que for apresentada vai ser julgada e a� vamos aguardar a ampla defesa e julgar o processo. N�o vou adiantar posicionamento", disse. Toffoli ponderou que as declara��es do seu colega, ministro Gilmar Mendes que pela manh�, no mesmo evento, citou a pris�o de Delc�dio para afirmar que "agora sabemos o que eles s�o capazes de fazer para ganhar a elei��o".

Segundo o presidente do TSE, a an�lise de Mendes � restrita ao caso de Delc�dio. "As quest�es colocadas ali, neste caso do Delc�dio Amaral, s� dizem respeito � pessoa dele. Ali o que est� em julgamento � ele e as pessoas que estavam com ele na tentativa de interferir numa investiga��o criminal. � isso que vai ser apurado", concluiu.