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Estado de Minas

Delc�dio do Amaral diz que Dilma o consultou sobre indica��o de Cerver�

Em depoimento � PF, senador diz que o acusado de corrup��o foi apontado para diretoria da Petrobras. Ele tamb�m citou Temer


postado em 28/11/2015 06:00 / atualizado em 28/11/2015 07:31

Delcídio do Amaral foi preso na quarta-feira, ao ser flagrado em gravações(foto: José Cruz/Agência Brasil )
Delc�dio do Amaral foi preso na quarta-feira, ao ser flagrado em grava��es (foto: Jos� Cruz/Ag�ncia Brasil )
Bras�lia - Dois dias ap�s ser preso pela Pol�cia Federal na Opera��o Lava-Jato, o senador Delc�dio do Amaral (PT-MS) declarou, em depoimento � Pol�cia Federal, que o ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras Nestor Cerver� foi indicado pela presidente Dilma Rousseff, quando era ministra de Minas e Energia. Segundo Delc�dio, ela o consultou em 2003, primeiro ano do governo Lula, sobre Cerver�, que havia trabalhado com Delc�dio na diretoria de G�s e Petr�leo da Petrobras. Segundo ele, Dilma conhecia Cerver� desde o tempo em que era secret�ria de Energia do Rio Grande do Sul, na gest�o de Ol�vio Dutra. At� ent�o, a escolha de Cerver� era atribu�da a uma dobradinha entre o pr�prio Delc�dio e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A Secretaria de Comunica��o Social da Presid�ncia da Rep�blica afirmou que “a presidenta Dilma Rousseff nunca consultou o senador Delc�dio do Amaral ou qualquer outra pessoa acerca da nomea��o de Nestor Cerver� para a diretoria da Petrobras”. E mais: “No per�odo em que exerceu a fun��o de ministra de Minas e Energia, nunca sequer foi consultada ou mesmo participou, em qualquer medida, dessa indica��o”. Ainda de acordo com a Secom, como “� p�blico e not�rio, a presidente da Rep�blica n�o manteve rela��es pessoais com Nestor Cerver�, seja antes ou depois da sua designa��o para a diretoria da Petrobras.”


Delc�dio tamb�m envolveu o vice-presidente, Michel Temer, alegando que ele tinha proximidade com o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada. Questionado sobre o que seria essa rela��o pr�xima, o pol�tico disse que preferia n�o responder. Preso na Lava-Jato, Zelada � acusado de atuar em nome do PMDB mineiro e de fazer parte de esquemas que renderam propinas a ele e ao partido na compra do navio Vantage. Zelada tamb�m � suspeito de receber suborno para a compra de metade de um po�o de petr�leo em Benin, neg�cio de US$ 34,5 milh�es que rendeu 1,3 milh�o de francos su��os em corrup��o para o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ainda de acordo com o Minist�rio P�blico.


Em nota divulgada ontem, Temer alega que falou com Zelada em 2007 — no mesmo ano em que esteve com seu antecessor, Nestor Cerver� — para discutir a diretoria internacional. No entanto, afirmou que “n�o indicou” Zelada “nem trabalhou” para que ele se tornasse diretor da estatal. “O presidente do PMDB nega qualquer rela��o de proximidade com Jorge Zelada e repudia veementemente as declara��es do senador Delc�dio”, afirmou a assessoria do vice-presidente. O advogado de Zelada, Alexandre Lopes, afirmou que n�o tem como confirmar uma reuni�o de 2007, no entanto, atestou que a rela��o de seu cliente com Temer � “zero”. “Primeiro, deve ser bravata. S� Temer pode responder”, continuou Lopes.


A assessoria de imprensa do senador Delc�dio do Amaral comunicou ontem, por meio de nota, que ele se encontra “abatido, por�m sereno e concentrado, junto dos advogados, na formula��o da sua defesa com o firme prop�sito de provar, o quanto antes, a sua inoc�ncia”. Em grava��o de 4 de novembro feita pelo filho de Nestor Cerver�, Bernardo Cerver�, Delc�dio afirma que Temer estava preocupado com Zelada, preso em Curitiba. “O Michel conversou com o Gilmar (Mendes, ministro do STF) tamb�m, porque o Michel t� muito preocupado com o Zelada, n�?”, disse o parlamentar, no �udio, ao comentar tentativas de convencer os ministros do Supremo para soltarem Cerver�. Gilmar Mendes negou qualquer conversa.

Temer confirmou o relato do lobista Fernando Baiano sobre outra negocia��o pelo cargo de diretor internacional da Petrobras. A assessoria do peemedebista afirmou que o pecuarista Jos� Carlos Bumlai lhe telefonou e pediu um encontro com Cerver�, que, naquela altura, estava amea�ado de perder o posto. Temer recebeu o ent�o diretor em 2007. Ele teria dito a Cerver� que n�o poderia ajud�-lo porque o cargo pertencia ao PMDB de Minas Gerais, comandado por Fernando Diniz, e j� estava prometido a Zelada — o que de fato aconteceria depois. A �nica diverg�ncia do vice-presidente � que, ao contr�rio do que disse o lobista, ele afirma que o pecuarista n�o participou da conversa com Cerver�.

DELA��O A informa��o que circulou ontem nos bastidores do Minist�rio P�blico de que Delc�dio teria come�ado a negociar uma dela��o premiada com a Procuradoria-Geral da Rep�blica, aumentou o temor do governo, porque ressuscitou o caso da compra da refinaria de Pasadena (EUA), em 2006, que teve o aval da presidente Dilma Rousseff, ent�o ministra da Casa Civil e integrante do Conselho de Administra��o da Petrobras. Segundo o lobista Fernando Soares, Delc�dio recebeu US$ 1,5 milh�o de propina pela compra da refinaria, um neg�cio feito pela Petrobras em 2006 que deu preju�zo de US$ 790 milh�es aos cofres da estatal. Ele foi preso pela Pol�cia Federal por tentativa de obstruir investiga��es da Opera��o Lava-Jato.

Senadores petistas j� alertaram que � grande a chance de Delc�dio fazer dela��o premiada, porque consideram remota a possibilidade de que ele consiga um habeas corpus, j� que a pris�o foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal. O temor aumentou depois da nota divulgada pelo presidente do PT, Rui Falc�o afirmando que o partido n�o deve solidariedade a ele. Com isso, Delc�dio pode se sentir isolado e contar tudo o que sabe. Delc�dio era frequente no Pal�cio do Planalto e tinha proximidade com Lula, inclusive se encontrava com ele no Instituto Lula. Era ainda interlocutor de dois alvos da Opera��o Lava-Jato, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerver� e o pecuarista Jos� Carlos Bumlai, amigo de Lula, ambos presos. O senador tinha como miss�o monitorar os dois de perto.


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