Bras�lia, 03 - A discuss�o sobre o melhor calend�rio para a vota��o processo de impeachment no Congresso contra a presidente Dilma Rousseff tem dividido lideran�as da oposi��o e at� mesmo integrantes do PSDB.
O presidente nacional da legenda, senador A�cio Neves (MG), e o l�der no Senado, C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB), defendem que o processo se arraste at� o pr�ximo ano. Nos c�lculos do senador mineiro, que disputou a �ltima elei��o, a situa��o do governo dever� se agravar nos pr�ximos meses - h� uma sinaliza��o de piora no quadro econ�mico, principalmente na quest�o do emprego.
"Talvez o recesso seja um momento para os parlamentares se encontrarem com as suas bases, com aqueles que aqui representam, e colherem de forma mais direta um sentimento que � amplo na sociedade brasileira, de que a presidente vem perdendo as condi��es objetivas de governar o Pa�s", afirmou A�cio.
Por sua vez, Cunha Lima faz um paralelo com o processo de impedimento do ex-presidente de Fernando Collor. "O impeachment do Collor nasceu na rua e veio para o Congresso Nacional. Agora o pedido nasce no Congresso e tem que ir para a rua. A sociedade precisa se manifestar mais claramente, n�o apenas nas pesquisas de opini�o. S� vai ter impeachment se houver rua", afirmou.
Dentro do PSDB esse calend�rio estendido sobre a discuss�o do impeachment n�o � unanimidade. O senador e ex-governador de S�o Paulo Jos� Serra (PSDB-SP) defende inclusive cancelar o recesso Legislativo para que o tema continue sendo avaliado pelos parlamentares.
"Agora � a oportunidade de fazer o processo. Tem que se fazer com a maior celeridade. A meu ver o Congresso n�o deve entrar em recesso, deve ser convocado. Essa n�o � uma quest�o para ser empurrada com a barriga", considerou.
Essa mesma avalia��o � defendida pelo l�der do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO). "Qual � o exemplo que voc� d� para o Pa�s? Se voc� luta por isso, acolhe e instala a comiss�o e quando chegar o dia do recesso encerra e vamos pensar s� em fevereiro? N�o sei como explicar para o cidad�o brasileiro que n�s vamos entrar de f�rias e voltar s� no dia 2. Voc�s fiquem a�, a recess�o continua e depois a gente volta para resolver impeachment. � isso?", ressaltou.