Renan diz que Temer rebaixou PMDB a distribuidor de cargos

Bras�lia, 17 - Em mais um cap�tulo da disputa com o vice-presidente e presidente do PMDB, Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou o correligion�rio de ter rebaixado o PMDB a um distribuidor de cargos. "Michel inverteu os sinais, repetiu o PT naquilo que tem de pior", disse ele, ao destacar que as diferen�as que t�m com ele n�o s�o de natureza pessoal.

Renan acusou Temer de errar ao se envolver diretamente na disputa pela lideran�a da C�mara. Nesta quinta-feira, 17, mais cedo, ap�s apresentar uma nova lista de apoios da bancada, o deputado Leonardo Picciani (RJ) voltou a ocupar o cargo de l�der do partido ap�s Temer e o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), terem atuado nos bastidores para destitu�-lo em favor de Leonardo Quint�o (MG).

"Por mais que o Michel tenha tentado ser coronel, ele n�o consegue, porque precisa garantir a vontade das pessoas, mesmo partindo para a distribui��o de cargos", alfinetou ele, em entrevista ao lado do plen�rio da C�mara, pouco ap�s deixar temporariamente a presid�ncia da sess�o do Congresso.

Renan reclamou ainda do fato de a articula��o para retirar Picciani da lideran�a ter ocorrido a menos de 30 dias para encerrar o ano. Ele disse que jamais tinha visto isso ocorrer no PMDB, uma legenda que, destacou, n�o tem donos.

Bem humorado, o presidente do Senado afirmou que n�o iria trocar correspond�ncias com Temer - numa alus�o � missiva que o vice mandou na semana passada e vazada para a imprensa com cr�ticas � presidente Dilma Rousseff. "Se for responder as cartas, s� vou gastar meu tempo com isso", disse. Mais cedo, o Broadcast Pol�tico (servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado) noticiou que Renan chegou a mostrar a aliados o esbo�o de uma carta em que iria sugerir ao vice que, se perdesse o cargo, poderia pensar em outros empregos, como "mordomo de filme de terror ou carteiro".

Cunha

Renan n�o quis comentar o pedido feito na quarta e antecipado pelo Broadcast pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, de pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento de Cunha do comando da C�mara. Ele disse que n�o teve acesso �s informa��es sobre o caso e ainda chegou, em tom de brincadeira, a pedir ajuda aos jornalistas para saber se descobre os casos que o envolvem - Renan � investigado em seis inqu�ritos decorrentes da Opera��o Lava Jato.

Meta fiscal

O presidente do Congresso classificou como "boa" a nova meta fiscal de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para o pr�ximo ano. O peemedebista considerou que o porcentual acena com mais "realismo fiscal" e defendeu que 2016 venha a ser o "ano da virada".

Renan disse que o Congresso n�o pode ser respons�vel pelos erros do Executivo. E destacou que o Legislativo tem feito a sua parte para melhorar o ambiente econ�mico. "O importante � que o Pa�s volte a crescer", frisou.