
O ex-governador e ex-senador Eduardo Azeredo (PSDB) disse, nessa quinta-feira (17), que � “absolutamente inocente” e que vai recorrer da senten�a da ju�za da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage, que o condenou a 20 anos e 10 meses de pris�o pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recursos p�blicos). Os fatos s�o relativos ao mensal�o mineiro, esquema ocorrido durante a campanha de 1998, quando o tucano disputou a reelei��o para o governo de Minas e n�o se reelegeu. Ele tem o direito de recorrer em liberdade.
“Foi muita surpresa. Respeito a decis�o, mas n�o esperava que a ju�za considerasse a validade de pap�is falsos. N�o h� nenhuma prova contra mim. N�o existem depoimentos ou evid�ncias que me atingem. A coisa � absurda demais. Mas vamos recorrer e tenho certeza de que o Tribunal de Justi�a vai considerar a nossa defesa”, afirmou o tucano. “Espero justi�a”, completou Azeredo, que, em fevereiro de 2014, renunciou ao mandato de deputado federal. Com isso, o processo contra ele, j� aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), voltou para a primeira inst�ncia.
Na senten�a, com base na representa��o do Minist�rio P�blico Federal (MPF), a ju�za Melissa Lage relata que Eduardo Azeredo teria se beneficiado de contratos de publicidade de fachada dos eventos esportivos Enduro da Independ�ncia, Mundial de Supercross e Iron Biker, patrocinados pelas estatais mineiras Comig, Copasa e Bemge por meio da empresa SMP&B Comunica��o, usada por Marcos Val�rio para abastecer tamb�m o esquema petista. Os recursos, segundo a magistrada, abasteceu o caixa 2 da campanha do tucano em 1998.
“� um absurdo uma coisa dessas. N�o assinei as libera��es de patroc�nio. No Tribunal (de Justi�a) vamos mostrar essa incoer�ncia para que sejam corrigidos os erros dessa decis�o”, defende-se o ex-governador. “Lament�vel que estejam sendo usados documentos falsificados nesta a��o. Estou sendo responsabilizado por atos que n�o cometi. Quem liberava recursos para patroc�nios eram diretores do Bemge e n�o eu”, argumentou o tucano.
Ele disse tamb�m que n�o teve participa��o em libera��es de outras estatais nem tratou diretamente com a movimenta��o financeira para cobrir gastos da campanha eleitoral de 1998. “Todos sabem que numa campanha pol�tica, o candidato majorit�rio n�o trata diretamente de recursos financeiros. Essa quest�o � delegada a outras pessoas para que o candidato tenha condi��es de tocar a campanha”, afirmou Azeredo. “Tenho uma vida limpa constru�da com muito trabalho. Agora, querem jogar tudo no lixo, baseado em alega��es falsas. Estou muito chateado e constrangido com isso”, lamentou o ex-governador.
Solidariedade
Ao deixar o jantar de Natal oferecido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na noite de quarta-feira, parlamentares tucanos manifestaram solidariedade ao ex-governador de Minas Eduardo Azeredo e comentaram a condena��o. “Confiamos na inoc�ncia dele, mas a lei � para todos”, afirmou o l�der do partido na Casa, C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB). “Lamentamos a decis�o, todos gostamos muito de Azeredo, mas vai ter segunda inst�ncia.” O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) tamb�m confirmou que o ex-governador vai entrar com recurso da decis�o. Ele relatou que outros colegas comentaram durante o jantar o fato de a pena ser mais que o dobro da imputada ao ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu (PT), condenado pelo crime de corrup��o ativa no mensal�o do PT. Dirceu foi preso em novembro de 2013 e condenado a sete anos e 11 meses de pris�o.