Bumlai diz que 'encaminhava' demandas ao Instituto Lula

S�o Paulo, 23 - O empres�rio e pecuarista Jos� Carlos Bumlai afirmou em seu terceiro interrogat�rio � Pol�cia Federal que repassava demandas � Clara Ant, do Instituto Lula. Segundo o amigo do ex-presidente Lula, muitas pessoas solicitavam a ele que fizesse contato junto � entidade, uma vez que encaminhavam demandas via e-mail ao Instituto e n�o tinham resposta.

O terceiro interrogat�rio de Bumlai ocorreu na segunda-feira, 21. Segundo o site do Instituto, Clara Ant integra a diretoria do Instituto Lula. Ela foi assessora especial de Lula nos dois mandatos do petista na Presid�ncia da Rep�blica (2003/2010)

"Esclarece que muitas pessoas encaminhavam demandas via e-mail ao Instituto Lula e que, ante a aus�ncia de respostas, solicitavam ao reinterrogando, na medida do poss�vel, que fizesse contato junto ao Instituto para viabilizar ao menos a aprecia��o dos pedidos", declarou.

"Nestes casos, o reinterrogando procurava Clara Ant, diretora do Instituto Lula, e repassava os pedidos. Ent�o, eles eram apreciados; que perguntado se exercia fun��es de "secret�rio" de Luiz In�cio Lula da Silva disse que n�o, apenas repassava demandas a Clara Ant."

A Pol�cia Federal perguntou a Bumlai qual era a forma de comunica��o que ele mantinha com Lula. "Disse que entrava em contato atrav�s do n�mero de sua esposa; que pelo que o reinterrogando sabe, Luiz In�cio Lula da Silva nunca possuiu um n�mero de celular pr�prio; que durante os anos de 2014 e 2015, n�o repassou qualquer demanda deste tipo, isto �, de interessados em solicitarem reuni�es, palestras e outros pleitos a Luiz In�cio Lula da Silva."

Bumlai est� preso desde 24 de novembro quando foi deflagrada a Opera��o Passe Livre, desdobramento da Lava Jato que investiga empr�stimo de R$ 12 milh�es contra�do por ele em outubro de 2004 junto ao Banco Schahin - o real destinat�rio do dinheiro seria o PT, segundo confessou o pecuarista. O amigo de Lula e outros 10 investigados s�o acusados de participar de um esquema de propinas na contrata��o da Schahin Engenharia, em 2009, como operadora do navio-sonda Vitoria 10.000, envolvendo o empr�stimo de R$ 12 milh�es.

"Indagado se confirma que nunca conversou com o ex-presidente sobre o problema que enfrentava com a Schahin, disse que nunca conversou sobre este tema com ele; que indagado se mant�m sua �ltima afirma��o, uma vez que lhe foi demandado que dissesse se tem certeza sobre o fato de que nunca tratou de seu empr�stimo com Lula, disse que acredita e que tem quase certeza de que nunca tratou deste tema com o ex-Presidente", afirmou.

Durante o depoimento, Bumlai foi questionado novamente se confirmava que nunca havia tratado de assuntos comerciais e pol�ticos com o ex-presidente. "Gostaria de esclarecer que n�o possui rela��es comerciais com Lula."

De acordo com o criminalista Arnaldo Malheiros Filho, defensor de Bumlai, "h� um grande empenho das autoridades em pressionar Bumlai para que, de alguma maneira, envolva Lula na apura��o da Lava Jato". O defensor afirma ainda que � ineg�vel e not�ria a amizade entre ambos. "O que n�o existe � intermedia��o criminosa daquele junto a este para a realiza��o de neg�cios ou patroc�nio de neg�cios privados de terceiros. A �nica vez em que Bumlai teve interesse em apresentar algu�m a Lula - sem que isso configure crime algum - foi em raz�o de um pedido j� formulado pelo embaixador do Catar, num momento em que ele fez uma tentativa de fechar um neg�cio naquele pa�s, sem obter �xito."