Delator fala em men��es a pagamento de R$ 2 mi a Renan Calheiros para evitar CPI

Bras�lia, 30 - Em dela��o premiada, Carlos Alexandre de Souza Rocha, um dos entregadores de dinheiro de Alberto Youssef, cita conversas em que o doleiro mencionou pagamentos ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Rocha, conhecido como Cear�, disse que em "v�rias vezes" ouviu Youssef falar no nome do peemedebista.

Em uma delas, Youssef teria dito que repassaria R$ 2 milh�es a Calheiros para evitar a instala��o de uma CPI da Petrobr�s.

O entregador de dinheiro n�o soube precisar aos investigadores o ano em que a conversa teria ocorrido, tampouco se o pagamento foi feito. De acordo com ele, a CPI n�o foi instalada naquela ocasi�o. "Mas Renan Calheiros n�o � da situa��o?", questionou Cear� a Youssef. O doleiro teria respondido, segundo o delator: "Cear�, tem que ter dinheiro pra resolver".

Renan Calheiros j� � alvo de ao menos seis inqu�ritos perante o Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participa��o no esquema de corrup��o da Petrobras. Entre as apura��es envolvendo o peemedebista, est� a investiga��o por suposta forma��o da quadrilha.

No depoimento � Procuradoria-Geral da Rep�blica, o entregador de dinheiro de Youssef tamb�m menciona uma opera��o com entrega de R$ 1 milh�o em Macei�, Alagoas - Estado de Calheiros.

Depois de toda a opera��o, que envolvia retirada de dinheiro em Recife (PE) e entrega em Alagoas, Youssef teria dito a Cear� que o dinheiro seria destinado a Renan Calheiros. O dinheiro foi entregue em duas parcelas em um sagu�o de hotel, a um homem que o emiss�rio de Youssef n�o sabe identificar.

Ao chegar em S�o Paulo, irritado com a press�o do doleiro para que a entrega fosse feita depressa, o delator perguntou a Youssef quem iria receber o R$ 1 milh�o levado a Macei�. "Que Alberto Youssef respondeu ao declarante em alto e bom som: 'O dinheiro era para Renan Calheiros'", disse o delator aos investigadores da Lava Jato, sobre a resposta de Youssef.

A terceira men��o a Calheiros feita pelo delator menciona uma opera��o de venda da empresa Marsans, adquirida por Youssef, a um fundo de pens�o.

De acordo com o entregador de dinheiro de Youssef, o doleiro disse que "havia a participa��o de Renan Calheiros nessa opera��o". Ele n�o soube precisar aos investigadores, no entanto, detalhes sobre o caso e afirmou que em 2014 Youssef chegou a viajar a Bras�lia para conversar com o peemedebista a respeito, mas n�o conseguiu falar com o senador.

Os depoimentos de Cear� foram prestados entre o final de junho e o in�cio de julho deste ano, na Procuradoria-Geral da Rep�blica. As declara��es foram mantidas sob sigilo at� este m�s, quando o relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, retirou o segredo da documenta��o.

A defesa de Calheiros afirmou que n�o teve acesso ainda ao depoimento e que o senador prestar� esclarecimentos quando tiver a dela��o em m�os. O advogado de Calheiros, Eug�nio Pacelli, disse ainda que "tais declara��es do delator s�o de uma inconsist�ncia que falam por si".