
Hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Munic�pios da Bahia, o ex-deputado e ex-ministro M�rio Negromonte (Cidades/Governo Dilma) disse que as acusa��es contra ele feitas em dela��o premiada pelo doleiro Alberto Youssef e seu entregador de dinheiro, Carlos Alexandre Souza, o Cear�, s�o frutos de uma "combina��o" entre chefe e subordinado para prejudic�-lo. "Isso � uma combina��o dele com o chefe dele. O Minist�rio P�blico j� devia ter identificado isso", disse por telefone.
� Procuradoria-Geral da Rep�blica, Cear� afirmou que entregou, por diversas vezes, dinheiro em esp�cie a Negromonte, a mando de Youssef. Os valores teriam sido entregues em apartamento funcional em Bras�lia, na presen�a de outros deputados. O delator afirmou ainda que Youssef lhe contou que, na campanha de 2010, repassou R$ 5 milh�es a Negromonte.
"Isso � um absurdo", recha�a o ex-deputado. "Trata-se de um criminoso querendo se livrar dos crimes acusando sem prova material", disse. Segundo Negromonte, Youssef estaria agindo dessa forma porque teve seus interesses contrariados. "Ele mesmo disse que quando eu era ministro n�o atendi ele", disse.
Na dela��o, Cear� afirma que Negromonte perdeu o cargo de ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff, em 2012, porque n�o estava destinando dinheiro de propinas para o partido, mas para o pr�prio bolso. "N�o estava 'fazendo caixa' para o Partido Progressista, uma vez que estaria 'roubando apenas para ele pr�prio'", declarou Cear�.
Negromonte afirma que as dela��es de Youssef e Cear� possuem contradi��es "que ser�o provadas na Justi�a", como ocorreu no trecho que citam o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Em depoimento � PGR, Youssef contradisse o ex-funcion�rio ao negar que conhecia o senador e ao afirmar que nunca conversou com Cear� sobre entrega de valores ao senador do Rede.
"Agora mesmo o pr�prio Alberto Yousseff desmentiu ele (Cear�). Disse que n�o era verdade o que ele disse sobre o senador Randolfe. Se o chefe dele desmente ele sobre um assunto, esse assunto vale e o outro n�o vale? � como Lula disse: doa��o das empresas da Lava Jato para os partidos da base aliada � sujo, e de oposi��o � limpo. N�o tem sentido", disse. "� um jogo farsante que eles est�o fazendo entre eles para um falar e convalidar o que o outro est� falando para comprometer pessoas que eles est�o vendo que n�o t�m nada", completou.
O ex-deputado confirma que conheceu Youssef por interm�dio do ex-deputado Pedro Correa (PP/PE), num encontro em que estavam diversos outros parlamentares do PP, mas nega o recebimento de dinheiro. "Parou a�. N�o tive mais contato. Zero. O partido teve azar de Janene trazer um cara desse para dentro do partido", disse, em refer�ncia ao ex-deputado Jos� Janene (PP/PR), apontado como mentor do esquema Lava Jato na Petrobras e morto em 2010.