S�o Paulo, 22 - No in�cio da noite desta sexta-feira, 22, o Instituto Lula divulgou uma nota, assinada por Jos� Chrispiniano, na qual diz que o jornal O Estado de S.Paulo "distorceu" o teor do depoimento do ex-presidente � Pol�cia Federal.
Segundo o Instituto, Lula nunca admitiu ter havido compra de Medidas Provis�rias durante seu governo ou ter conversado com lobistas sobre a edi��o das medidas. Conforme a assessoria do ex-presdente, Lula "chamou de 'coisa de bandido' uma suposi��o levantada pelo delegado" que conduziu o depoimento.
O Instituto Lula alega ainda que a partir da s�rie de reportagens do jornal O Estado de S.Paulo que revelou o suposto esquema de venda de MPs, a Opera��o Zelotes, "num passe de m�gica", se transformou em "uma devassa" em torno da contrata��o da LFT, empresa pertencente a Lu�s Cl�udio Lula da Silva, filho do ex-presidente, pela Marcondes e Mautoni, empresa investigada pela PF.
Leia a �ntegra da nota:
Em sua desesperada campanha para envolver o nome do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva em atos il�citos que jamais foram cometidos, O Estado de S.Paulo voltou hoje (22) a manipular informa��es sobre a edi��o de medidas provis�rias dirigidas ao desenvolvimento regional.
Lula jamais admitiu que tenha havido "compra de MPs" em seu governo ou que tenha tratado com lobistas sobre sua edi��o. O que ele chamou de "coisa de bandido" foi uma suposi��o levantada pelo delegado, que pediu a Lula para formular ju�zo sobre uma palavra "no sentido pejorativo".
Isso fica bem claro na leitura do depoimento prestado por Lula ao delegado Marlon Cajado na condi��o de informante (nem como testemunha, nem como investigado) em 6 de janeiro deste ano, p�ginas 5 e 6:
(...) apresentado ao Documento 04, o qual trata de trecho encontrado em material computacional do escrit�rio da Marcondes e Mautoni, que trata da MP 512/2010, afirmando que, "a MP foi combinada entre o pessoal da Fiat, o presidente Lula e o governador Eduardo Campos, e perguntado se a informa��o procede, o declarante [Lula] diz que "combina��o", nesse sentido pejorativo, � "coisa de bandido" e que n�o ocorreu, esclarecendo que se reuniu algumas vezes com o ent�o governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, o qual levou Beline [Cledorvino Belini, presidente da Fiat Am�rica Latina e presidenta da Anfavea de 20 10 a 2013], n�o se recordando se ele estava na condi��o de representante da Fiat e/ou de presidente da Anfavea, e que foram esclarecidos os benef�cios da constru��o da f�brica da Fiat em Pernambuco (...)
No mesmo depoimento, Lula esclareceu que as MPs 471/2009 e 512/2010 foram debatidas com governadores, l�deres pol�ticos, sindicais e empresariais dos Estados do Nordeste, Norte e Centro-Oeste, para prorrogar e estender a novos projetos os incentivos fiscais estabelecidos desde 1997 e 1999 �s ind�strias automotivas e de autope�as nestas regi�es.
Desde 1o. de outubro de 2015, O Estado de S. Paulo vem tecendo uma rede de desinforma��o sobre estas MPs, sonegando ou falseando dados sistematicamente, em preju�zo de Lula, de seus familiares e dos leitores. A obsess�o do jornal � vincular a edi��o das MPs (ou qualquer ato do ex-presidente Lula) a um suposto favorecimento a empresas e escrit�rios de lobby e consultoria.
Mesmo tendo sido informada que a empresa LFT, de Luiz Cl�udio Lula da Silva, s� foi contratada para prestar servi�os � Marcondes e Mautoni em 2014, a reportagem do Estado omitiu deliberadamente este fato e associou o contrato � MP editada em 2009, cinco anos antes.
Exposta publicamente esta incongru�ncia, o jornal tentou vincular o contrato � compra dos ca�as suecos Grippen, decidida pelo governo brasileiro em dezembro de 2013, quando Lula n�o era mais presidente da Rep�blica.
As duas hip�teses foram negadas por Lula, por serem absurdas, como se pode conferir na �ntegra do termo de depoimento do ex-presidente � Pol�cia Federal, que est� neste link: https://www.institutolula.org/estadao-distorce-depoimento-de-lula.
As not�cias manipuladas do Estad�o levaram o jornal a acreditar em seus pr�prios del�rios, a ponto de afirmar que "o esquema (de compra de medidas provis�rias), que resultou na Opera��o Zelotes, foi revelado numa s�rie de reportagens do Estado em outubro".
S� Que N�o
A Opera��o Zelotes foi deflagrada em mar�o de 2015, a partir de investiga��es iniciadas em 2015, que apontaram o favorecimento de grandes empresas (inclusive do setor de comunica��o) em decis�es do Conselho de Administra��o de Recursos Fiscais (Carf). Os desvios seriam da ordem de R$ 19 bilh�es.
A partir da "s�rie de reportagens" do Estad�o, como num passe de m�gica, a Opera��o Zelotes se transformou numa devassa em torno do contrato da LFT com a Marcondes e Mautoni, e o desvio de R$ 19 bilh�es sumiu do notici�rio. A manipula��o de hoje no portal do Estad�o � mais um n� nessa teia de intriga e desinforma��o.