A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que n�o h� provas contra o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva na 22.ª fase da Opera��o Lava-Jato e criticou as "insinua��es" contidas nos vazamentos da investiga��o. Dilma ficou irritada quando foi questionada se a Lava-Jato estava se aproximando de Lula e disse que, "ao contr�rio do mundo medieval", o �nus da prova cabe a quem acusa.
Ao ser questionada se o ex-presidente seria o alvo da Pol�cia Federal, Dilma fechou o semblante. "Eu me recuso a responder pergunta desse tipo porque se levantam acusa��es, insinua��es e n�o me dizem por que, quando, como, onde e a troco do qu�", disse ela em Quito, logo ap�s discursar em um retiro com chefes de Estado e de governo que participam da IV C�pula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Dilma disse achar "extremante incorreto" esse tipo de vazamento das investiga��es e citou at� os ideais da Revolu��o Francesa para dizer que o �nus da prova cabe a quem acusa. "Se algu�m falasse a respeito de qualquer um de n�s aqui, que a nova fase da Lava-Jato levanta suspeitas sobre voc�, e voc� n�o soubesse do que � suspeita, como � que � suspeita e de onde vem a suspeita, voc� n�o acharia extremamente incorreto, do ponto de vista do respeito?", perguntou ela. "Quem prova - acho que foi a partir da Revolu��o Francesa, se n�o me engano, foi com Napole�o - a culpabilidade, ao contr�rio do mundo medieval, o �nus da prova � de quem acusa."
Para a presidente, o inqu�rito e as investiga��es existem para apurar os fatos, e n�o para vazar informa��es ainda sob an�lise. "Antes como voc� provava? Eu dizia que voc� era culpado e voc� lutava comigo. Se voc� perdesse, voc� era culpado. Ent�o, houve um grande avan�o no mundo civilizado a partir de todas as lutas democr�ticas."
A reportagem perguntou a Dilma se a Lava-Jato atrapalhava a economia. "N�o, querida, eu n�o vou responder. Sinto muito. O FMI acha. Eu acho que voc�s devem perguntar ao FMI", respondeu a presidente, numa refer�ncia ao relat�rio do Fundo Monet�rio Internacional (FMI). Na �ltima sexta-feira, Dilma disse ter ficado "estarrecida" com o documento, que apontou a dura��o da instabilidade pol�tica e a continuidade das investiga��es da Lava Jato como causas da crise econ�mica brasileira.