Porto Alegre, 27 - O deputado Hugo Motta (PMDB-PB) afirmou nesta quarta-feira, 27, que, se vencer a disputa pela lideran�a da bancada peemedebista na C�mara, sua postura com rela��o ao Pal�cio do Planalto ser� de di�logo. "N�o h� como um l�der do PMDB chegar fechando portas. Liderar � ter a capacidade de dialogar. O que o l�der do PMDB n�o pode fazer � impor aos companheiros a sua vontade", afirmou a jornalistas na capital ga�cha. Antes, ele havia almo�ado com parlamentares da bancada ga�cha do partido. De manh�, ele esteve em Mato Grosso do Sul e � noite, passar� por Santa Catarina.
Motta n�o poupou cr�ticas ao seu advers�rio na disputa, o atual l�der Leonardo Picciani (PMDB-RJ), e disse que, se ele permanecer na fun��o, a bancada continuar� rachada. "O deputado Picciani perdeu a condi��o de liderar quando abriu m�o de ouvir a sua bancada para ouvir somente aqueles que est�o ligados e vinculados ao governo", falou. Motta disse que pretende fortalecer a autonomia da bancada, atuando como porta-voz da maioria, mas respeitando as diverg�ncias que s�o naturais de toda grande legenda. "N�o queremos fazer uma lideran�a de fora para dentro, como � a do deputado Picciani, que � muito mais pautada pelo governo do que pelos parlamentares."
O discurso foi endossado por um dos principais apoiadores da candidatura de Motta, o deputado federal e vice-presidente estadual do PMDB, Osmar Terra (PMDB-RS). "Motta n�o � contra o governo, mas � contra a gest�o de Picciani, que consideramos ruim", disse.
O parlamentar paraibano, que tem evitado falar sobre temas pol�micos como o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, ponderou que n�o tem percebido nenhuma interfer�ncia do Pal�cio do Planalto na disputa pela lideran�a do PMDB. "N�o est�o cooptando nenhum deputado", disse. Antes mesmo de oficializar sua candidatura a l�der do PMDB, ele procurou o ministro Edinho Silva (Secom) para uma "visita de cortesia". O parlamentar pediu que o governo n�o interferisse no processo de sucess�o na bancada. No final do ano passado, o governo ajudou Picciani a retomar a lideran�a, ap�s ele ser destitu�do por parlamentares favor�veis ao impeachment da presidente.
Como j� havia feito em outras ocasi�es, Motta frisou que sua prioridade, se for al�ado a l�der, ser� trabalhar pela unidade partid�ria. "Um partido com a tradi��o do PMDB n�o pode e n�o combina com a sua hist�ria ter uma lideran�a que lidera apenas uma parte, n�o o todo", avaliou.
Ele afirmou que a fase realmente importante ser� a da p�s-elei��o, marcada para 17 de fevereiro. Segundo ele, a bancada peemedebista precisa voltar a ser protagonista dos grandes temas nacionais. "Queremos contribuir para o que o maior partido do Brasil possa ser tamb�m nesse momento de dificuldade o partido com mais condi��es de ajudar o Pa�s a vencer a crise econ�mica", falou. Motta ainda defendeu a necessidade de o partido estar unido em torno do nome do presidente da sigla, Michel Temer, para sua recondu��o ao cargo, em mar�o.
Motta minimizou a alian�a com o presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na disputa contra Picciani. "Tenho uma rela��o de amizade com ele e espero ser o l�der dele e dos outros 66 deputados", disse. Ele tamb�m negou que a proximidade com Cunha possa gerar resist�ncia de outros parlamentares e diminuir sua chance de vit�ria. "O deputado Eduardo Cunha se relaciona muito bem n�o s� com a bancada do PMDB como com deputados de outros partidos. As quest�es que o deputado vem enfrentando de investiga��es feitas sobre sua pessoa, ele est� respondendo com seus advogados e est�o totalmente fora da disputa do PMDB."
Contagem de votos
O parlamentar da Para�ba disse que, quando Leonardo Quint�o (PMDB-MG) desistiu da disputa, ele recebeu apoio de 95% dos votos que o mineiro teria. Pelos c�lculos dos apoiadores de Motta, ele conta com os votos de grande parte das bancadas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Esp�rito Santo, S�o Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Tocantins e Para�ba.
Entre os cinco ga�chos, por exemplo, s� falta garantir o voto do deputado Jos� Foga�a (PMDB-RS). "Conversamos um pouco hoje, mas irei pessoalmente ao seu gabinete na semana que vem", falou.