Bras�lia, 09 - Cotado para assumir o segundo posto de comando do PMDB a partir de mar�o, o senador Romero Juc� (PMDB-RR), ex-l�der no Senado dos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), considera que o processo de impeachment de Dilma n�o perdeu for�a. Em entrevista, Juc� ressaltou que em pol�tica nada est� morto e os desdobramentos de um poss�vel afastamento da presidente ser�o consequ�ncia de uma conjuntura.
Um dos articuladores do acordo de "uni�o" realizado entre a bancada do PMDB do Senado e o vice-presidente Michel Temer, Juc� defende que o partido marque suas diferen�as com o PT. Para ele, o PMDB n�o pode se limitar a ser "o partido governabilidade" e deve investir em bandeiras que estejam articuladas com a realidade. Em rela��o aos avan�os no Congresso de propostas pol�micas com a recria��o da CPMF, o peemedebista ressalta que a discuss�o da cria��o de impostos n�o pode ser separada da de corte de despesas pelo governo.
Sobre a Lava Jato, na qual � alvo de inqu�rito no Supremo Tribunal Federal, diz que seus efeitos ser�o percept�veis nas elei��es municipais deste ano, mas que a opera��o n�o deve servir de base para as negocia��es pol�ticas. Ele � investigado na opera��o por lavagem de dinheiro, forma��o de quadrilha e corrup��o passiva, acusa��es das quais ele nega envolvimento.
Distancia
O peemedebista afirma que o partido quer marcar as "diferen�as" dos outros partidos. "Temos diferen�as com o PT. Podemos ter equidades, mas temos diferen�as tamb�m e isso tem que ficar claro para que efetivamente a leitura da popula��o seja justa. N�o podemos pagar por erros que n�o s�o nossos e n�o podemos ter tamb�m ganhos de a��es que n�o s�o nossas. O nosso balizamento � a popula��o brasileira, � a cobran�a das ruas. Estamos vivendo um outro limiar. Os partidos que n�o entenderem isso estar�o fora do jogo, virar�o um dinossauro e v�o desaparecer", diz.
Juc� avalia que o PMDB tem que mostrar que � diferente do PT e essa diferen�a tem que "ficar clara". "O que se diz do PMDB � que o partido da governabilidade. Mas governabilidade n�o tem que ser bandeira de partido porque voc� est� sendo escada para outro partido governar. O PMDB tem que ser um partido da educa��o, da primeira inf�ncia, da qualidade na seguran�a, na mobilidade urbana. Temos que ter bandeiras que as pessoas identifiquem como condi��es para elas ascenderem na vida", conclui.
Lava Jato
O senador nega que a uni�o com Temer ocorreu devido ao avan�o da Lava Jato sobre o PMDB do Senado e a firma que "est�o sendo feitas as investiga��es". "Se algu�m tiver culpa tem que pagar. Houve um processo de investiga��o de todo mundo, o que � leg�timo. Quem est� na vida p�blica tem que dar explica��es. N�o h� nenhum dem�rito em ningu�m ser investigado, o dem�rito � ser condenado", conclui.
Para Juc�, o avan�o da Lava Jato n�o ter� impacto na governabilidade, pois �
"uma quest�o grave no quadro pol�tico", mas esse dado n�o pode ser "o par�metro para se tocar as quest�es pol�ticas, nem de gest�o do Pa�s".
Quanto as elei��es deste ano, o senador acredita que os partidos e as figuras que est�o nos processos da Lava Jato j� est�o "comprometidas". "Quem tiver com qualquer tipo de problema vai ter que se explicar. O desgaste j� est� acontecendo. Em tese, h� um desgaste efetivo mas se vai se prolongar at� 2018, n�o d� para prever", diz.
CPMF
Sobre a CPMF, Juc� afirma que o PMDB vai debater a volta do imposto "no bojo das reforma estruturantes". "A discuss�o de aumento de receita n�o pode ser separada da de corte de despesa, sen�o a popula��o n�o entende e n�o passa no Congresso. Temos que discutir corte de despesa, reformas estruturantes e aumento de receita num �nico pacote porque eles est�o interligados. O governo tem que fazer o dever de casa e mostrar para a sociedade que tipo de esfor�o o governo est� fazendo para depois pedir um esfor�o dela. A quest�o n�o � s� aumentar imposto, mas reprogramar o gasto p�blico e alocar essa transi��o. Como vamos fazer isso? O governo vai ter que propor".