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Estado de Minas

Em SP, Matarazzo reedita disputa entre 'aut�nticos' e 'amassadores de barro'


postado em 16/02/2016 09:31 / atualizado em 16/02/2016 10:12

O vereador Andrea Matarazzo é primo em segundo grau do ex-senador Eduardo Suplicy(foto: Eduardo Knapp/Folhapress )
O vereador Andrea Matarazzo � primo em segundo grau do ex-senador Eduardo Suplicy (foto: Eduardo Knapp/Folhapress )
S�o Paulo - Sobrinho-neto do industrial Ciccillo Matarazzo (1898-1977) e primo em segundo grau do ex-senador petista Eduardo Suplicy, o vereador Andrea Matarazzo encarna como poucos o estere�tipo do tucano paulista.

Conhecido por ter h�bitos refinados e boa forma��o intelectual, ele integrou (apesar de n�o morar na regi�o), a chamada "Rep�blica de Higien�polis". O nome � uma refer�ncia ao bairro nobre paulistano onde reside o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e boa parte dos tucanos que fundaram o PSDB e estiveram no primeiro escal�o do partido no Pal�cio do Planalto.

O perfil de Matarazzo � diametralmente oposto ao do governador Geraldo Alckmin, um t�pico pol�tico do interior, de origem humilde e que cresceu na legenda, segundo seus correligion�rios, "amassando barro" ao lado do ex-governador M�rio Covas.

O acirramento das pr�vias que definir�o o candidato do PSDB � Prefeitura da capital colocou em linha de combate aberto o grupo do vereador, que � apoiado, entre outros, por FHC, pelos senadores Jos� Serra e Aloysio Nunes e pelo ex-governador Alberto Goldman, e o do empres�rio Jo�o Doria Jr., o candidato de Alckmin.

No imagin�rio dos tucanos, o embate nada mais � que a reedi��o da disputa entre os "aut�nticos" e a turma do "amassa barro" que ocorreu em 2008. Na campanha pela Prefeitura daquele ano, Geraldo Alckmin enfrentou e foi derrotado pelo ent�o prefeito Gilberto Kassab, aliado e ex-vice de Jos� Serra.

Ent�o secret�rio das Subprefeituras de Kassab, Matarazzo permaneceu no cargo e n�o fez campanha para Alckmin. Serra tamb�m n�o. O epis�dio causou um profundo racha no partido.

Tr�s anos depois, a rela��o entre Alckmin e Matarazzo se deteriorou novamente quando o site WikiLeaks vazou conversas reservadas entre ele, ent�o secret�rio de Cultura de S�o Paulo, e diplomatas norte-americanos feitas em 2006.

No di�logo, o hoje vereador afirmou que o governador pertencia � prelazia Opus Dei (setor ultraconservador da Igreja Cat�lica). "Eu n�o disse aquilo de forma pejorativa, at� porque boa parte da minha fam�lia � da Opus Dei", desconversou Andrea em entrevista ao Estado na sexta-feira.

Oito anos depois da vit�ria de Kassab, o cen�rio se inverteu. Faltando 15 dias para as pr�vias que definir�o o nome do candidato do PSDB � Prefeitura de S�o Paulo, Andrea Matarazzo vive uma situa��o paradoxal. Apesar de contar com o apoio aberto dos principais cardeais da legenda no Estado, seu nome j� est� sendo "cristianizado" nos bastidores da m�quina partid�ria.

O termo surgiu na campanha presidencial de 1950, quando Cristiano Machado, candidato � Presid�ncia do antigo PSD, foi abandonado por aliados e correligion�rios, que veladamente ajudaram Get�lio Vargas, do PTB.

Esse cen�rio j� � esperado no entorno de Matarazzo. Eles preveem que, em caso de vit�ria nas pr�vias, no dia seguinte come�ar�o a surgir pr�-candidatos no PSB, DEM, SD, PTB e nanicos que orbitam na �rea de influ�ncia da m�quina paulista.

O caso que mais salta aos olhos � do PSB. A c�pula da sigla do vice-governador M�rcio Fran�a, aliado de Alckmin, j� abriu canais de di�logo at� com o PRB, do pr�-candidato Celso Russomanno, para o caso de ser necess�rio um plano B. O plano A � a vit�ria de Jo�o Doria Jr.

Tucanos com tr�nsito no Pal�cio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, culpam Matarazzo pelo racha na sigla, que conta com tr�s concorrentes nas pr�vias. Al�m de Doria e Matarazzo, o deputado Ricardo Tripoli se apresentou.

Argumentam que o vereador se articulou � revelia do "principal cabo eleitoral do partido" e tentou transformar seu nome em fato consumado.

Dizem, ainda, que ele n�o est� "afinado" com o projeto de Alckmin de concorrer � Presid�ncia em 2018. J� Doria � considerado um "amigo e aliado leal".

"Nada foi feito � revelia (de Alckmin). A cada 15 dias eu me encontrava com ele. A diferen�a � que eu sempre achei que n�o devia alardear isso, e sim ele, se assim quisesse", diz Matarazzo. "A primeira pessoa com quem falei sobre ser candidato a prefeito foi o governador, que disse: siga em frente. Minha candidatura n�o � de oposi��o ao governador", insiste.

Obsess�o

Matarazzo � um dos herdeiros das empresas que levam seu sobrenome. At� 1995, ele dirigiu a Metalma - Metal�rgica Matarazzo S. A, que foi uma dos maiores fabricantes de embalagens met�licas do Pa�s.

Vinte e um anos depois de abandonar os neg�cios para entrar na vida p�blica, ele ainda � acionista da empresa e mant�m um amplo e elegante escrit�rio pol�tico na sede do grupo, no centro da cidade.

Depois da elei��o de FHC para a Presid�ncia, Andrea mudou-se para a Bras�lia junto com a chamada "Rep�blica de Higien�polis". Ap�s ser ministro das Comunica��es e embaixador do Brasil na It�lia, voltou ao Pa�s, onde ocupou v�rios cargos de primeira escal�o na m�quina tucana estadual. Ele "se encontrou", por�m, na secretaria das Subprefeituras.

E, desde ent�o, s� pensa em ser prefeito. "Venho construindo essa candidatura h� dez anos", afirma. Em 2012 foi eleito vereador com 117.617 votos. Chegou a se enfadar com a rotina parlamentar e afirmou que n�o concorreria a um novo mandato na C�mara Municipal.

Quando o caminho para a elei��o de 2016 pareceu se obstruir diante das disputas internas do diret�rio paulistano, cogitou, segundo amigos, concorrer por outra sigla. Quando questionado sobre esse cen�rio, Matarazzo nega enfaticamente. Mas reconhece que o amigo Kassab, hoje ministro das Cidades e presidente do PSD, abriu-lhe as portas de sua legenda em caso de derrota nas pr�vias.

"Ele (Kassab) realmente deixou a porta aberta, mas meu partido sempre foi o PSDB. Na pol�tica voc� conversa com os aliados. Conhe�o o Gilberto Kassab h� muitos anos. Sempre tivemos uma �tima rela��o", pontua o vereador.


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