Bras�lia, 22 - O l�der do PT na C�mara dos Deputados, Afonso Florence (BA), acusou o juiz S�rgio Moro, procuradores e a Pol�cia Federal de n�o terem parcim�nia nas investiga��es da Opera��o Lava Jato e de atuarem politicamente para atingir o mandato do presidente Dilma Rousseff e a figura do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Segundo o petista, h� um esfor�o para encontrar ilegalidades sem provas para incriminar o Partido dos Trabalhadores.
"H� um esfor�o desmedido e ilegal de agentes p�blicos para atingir o mandato da presidente Dilma, a imagem da pessoa do presidente Lula. Isso � evidente", disse Florence na tarde desta segunda-feira, 22. Ele criticou o foco das investiga��es no PT, nas contas de campanha de Dilma e a "busca malograda de pista" contra seu antecessor.
O l�der petista considera que as investiga��es t�m como objetivo impedir que Dilma conclua seu mandato e que Lula seja impedido de disputar a sucess�o presidencial de 2018. "� �bvio que � disso que se trata".
Para Florence, as institui��es brasileiras tentam copiar o modelo da Opera��o M�os Limpas italiana, mas �s avessas. O deputado chegou a comparar a situa��o de hoje com os acontecimentos que antecederam o suic�dio do ex-presidente Get�lio Vargas e o golpe militar que derrubou o ex-presidente Jo�o Goulart. "Querem ganhar no tapet�o agora", concluiu.
O petista reclamou que h� dela��es premiadas, com supostas provas contundentes, contra o ex-presidente do PSDB, o ex-deputado S�rgio Guerra (PE), morto em 2014, e o atual dirigente nacional da sigla, senador A�cio Neves (MG), que foram arquivadas antes que houvesse vazamento das informa��es.
Em sua avalia��o, h� "acoberta��o" de den�ncias envolvendo a oposi��o e ataque "vil e ilegal" contra Lula. "Vestiram a camisa do PSDB e do DEM para atacar o PT", declarou o deputado.
Florence ressaltou que as contas da campanha presidencial de Dilma em 2014 foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que n�o encontrou ind�cios de corrup��o. "Se essas contas s�o objetos de investiga��o e o marqueteiro do PT � instado a se pronunciar dessa forma, causa surpresa, perplexidade e repulsa a todo defensor da democracia que as contas do PSDB sejam tratadas dessa forma", enfatizou.
O l�der do PT disse que virou rotina a "extrapola��o de atribui��es por alguns agentes p�blicos" e que houve exagero na decreta��o da pris�o de Jo�o Santana. Ele lembrou que a defesa do marqueteiro pediu acesso �s investiga��es, mas que o pedido foi negado. "� �bvio que h� um exagero, que h� ilegalidade", emendou.
De acordo com o petista, os movimentos das autoridades p�blicas que comandam a Lava Jato t�m "dimens�o midi�tica, que deveria ter parcim�nia". Ele disse que h� uma "sanha de rec�m ingressados no poder p�blico por concurso de atacar pessoas que t�m a legitimidade do voto popular" sem provas.
Em uma entrevista de aproximadamente 20 minutos, Florence afirmou que n�o h� ind�cios consistentes contra o PT, apenas ila��es. "Tudo tem de ser investigado, n�o s� o PT", defendeu. Ele criticou a condena��o pr�via de seu partido e disse que os investigadores "j� passaram dos limites h� algum tempo" por n�o darem tratamento ison�mico entre os investigados.
Anivers�rio do PT
O l�der do PT disse estranhar o timing da a��o, na semana em que h� uma s�rie de eventos comemorativos do partidos e no momento em que se discute a remessa de recursos ao exterior pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Virou rotina atacar", afirmou.
Apesar de incluir a Pol�cia Federal em suas cr�ticas, Florence negou que a opera��o desta segunda-feira dificulte a situa��o do ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, geralmente alvo de cr�ticas no PT. "Hoje, temos a blindagem do PSDB e a condena��o pr�via do PT, sem provas", afirmou.