A Deep Sea Oil Corp, offshore que repassou US$ 4,5 milh�es para a conta secreta do marqueteiro do PT Jo�o Santana, era uma das firmas usadas pelo operador de propinas Zwi Skornicki para recebimentos de suas comiss�es pagas pelo estaleiro Keppel Fels pela intermedia��o de contratos bilion�rios na Petrobras. A multinacional holandesa � apontada como uma empresas que se envolveram no esquema de corrup��o na estatal, comandado pelo PT, PMDB e PP.
O marqueteiro, sua mulher M�nica Moura e o operador de propinas est�o presos em Curitiba, alvos da Opera��o Acaraj� - 23ª fase da Lava Jato. A for�a-tarefa tem as trocas de e-mails do lobista com executivos da Keppel Fels em que acertam as comiss�es "para eles", numa faixa fixa de 0,5%, e os contratos de pagamentos por servi�os da Petrobras e a abertura da offshore.
A Keppels Fels tem 26 contratos que lhe renderam US$ 7,8 bilh�es, entre 2004 e 2016, um deles ainda vigente, em uma tabela enviada pela Petrobras para a Lava Jato. A maior parte desses contratos foi fechada via Diretoria de Servi�os, que era cota do PT no esquema de divis�o de setores estrat�gicos que cobram de 1% a 3% de propinas. A �rea, que era comandada pelo ex-diretor Renato Duque, indicado ao cargo pelo ex-ministro Jos� Dirceu, ambos presos em Curitiba.
Elementos
Um dos materiais que ligam a Deep Sea Oil a contratos na Petrobras � uma troca de mensagens, em ingl�s, entre a gerente financeira da Keppel Fels Brasil, Marcia Altomar, e Zwi Skornicki. Ela manda c�pia dos contratos firmados entre sua offshore Deep Sea Oil e a Lindel PTE LTD. - subsidi�ria da Keppel -, referente a servi�os de consultoria para obras relativas as plataformas da Petrobras P-66 e P-69.
O contrato � de 2011, um ano antes de come�arem os pagamentos da Deep Sea Oil para a offshore do marqueteiro do PT, a Shellbill Finance. S�o pagamentos todos de US$ 500 mil - nove entre 2012 e 2014, totalizando US$ 4,4 milh�es, via conta em Nova Iorque, do Citibank.
Anticorrup��o
Os investigadores da Lava Jato chamaram aten��o para o fato de os contratos do operador de propinas com a Keppel terem um atestado em que a empresa se compromete a n�o pagar propina. "Interessante que em ambos os contratos h� assinatura de uma certid�o por parte do consultor, no caso Zwi Skornicki e a Deep Sea Oil., atestando que, em cumprimento a tratados de preven��o � corrup��o internacional feitos pelos Estados Unidos da Am�rica, Reino Unido e Cingapura, bem como em respeito as normas contra corrup��o do Brasil, n�o oferecer�, pagar�, prometer� ou autorizar� o pagamento de dinheiro ou de qualquer outra vantagem a funcion�rios da Petrobras, a partidos pol�ticos, candidatos para que pratiquem atos de of�cio em desconformidade � lei", destaca a PF.