Impeachment de Dilma � necess�rio, diz presidente da SRB

Ribeir�o Preto, 25 - O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira, defendeu nesta quinta-feira, 25, o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A posi��o do empres�rio � a primeira manifesta��o aberta de uma lideran�a n�o pol�tica do agroneg�cio pela sa�da de Dilma e coincide com a cruzada de movimentos pr�-impeachment em busca de l�deres setoriais que apoiem a causa.

"O impeachment da presidente Dilma � necess�rio para mostrar que n�o assistimos passivamente a destrui��o do Pa�s", disse Junqueira ao Broadcast Agro, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado. "No fundo, n�o � s� tirar a Dilma, que s� � uma m� gestora que est� tentando gerir algo imposs�vel. Tem de fazer uma reflex�o que o regime de privil�gio, de vantagens anacr�nicas e irregulares n�o funciona", completou.

Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, Junqueira afirmou que a manuten��o de Dilma no cargo ser� desastrosa paro o Pa�s e tamb�m defendeu a sa�da da presidente. "O impeachment da presidente - ou sua ren�ncia, em gesto de reconhecimento de que sua gest�o causa mais danos que ganhos - � um passo necess�rio para o Pa�s, apesar de n�o decisivo", relatou Junqueira.

O presidente da SRB evitou defender a substitui��o de Dilma pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), ou mesmo a ascens�o ao cargo do senador A�cio Neves (PSDB), derrotado por ela nas elei��es de 2014. "� um movimento que precisa ser tomado com atitude e tem de seguir um ritual. Entendo que se o impeachment ocorrer at� novembro, haver� uma nova elei��o; se for depois, uma elei��o indireta pelos deputados", avaliou.

O empres�rio disse, ainda, n�o se importar com o que a presidente achar� sobre a defesa do impeachment e nem temer repres�lias do governo. "O que Dilma vai achar sobre defesa do impeachment? Que temos opini�o s�ria sobre o Brasil. E n�o temo qualquer repres�lia porque o �nico dinheiro que tomo do governo � cr�dito rural, um subs�dio democr�tico para a produ��o que todos recebem com limites", completou.

A decis�o de Junqueira de sair em defesa do impeachment teve o apoio de Jo�o Sampaio, ex-presidente e conselheiro da SRB e atual presidente do Conselho Superior do Agroneg�cio da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Cosag/Fiesp). Ao contr�rio Junqueira, Sampaio � ligado ao PSDB e colaborou na campanha de A�cio em 2014, al�m de ter sido secret�rio de Agricultura nos governos tucanos de Jos� Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB), em S�o Paulo.

Sampaio disse ao Broadcast ser favor�vel ao impeachment e � posi��o de Junqueira porque "o governo precisa se mexer e infelizmente n�o mais tem condi��es para agir". Ainda segundo ele, ap�s um ano e dois meses do segundo mandato da presidente Dilma, "�nica coisa que funciona bem no Brasil � a Opera��o Lava Jato (da Pol�cia Federal)", concluiu.

Sem unanimidade

A decis�o do presidente de Gustavo Diniz Junqueira foi comunicada por ele na reuni�o do conselho da entidade da �ltima segunda-feira, 22, mas n�o teve apoio un�nime dos presentes.

Apesar de ningu�m ter sido contra a publica��o de artigo desta quinta-feira na imprensa, entre os mais de 20 conselheiros presentes no encontro alguns divergiram da posi��o pessoal de Junqueira.

Nas discuss�es, um ex-presidente da SRB, contr�rio ao impeachment, avaliou que Dilma � honesta, que n�o existem acusa��es para retir�-la do cargo e que um governo do PMDB, no caso do atual vice-presidente Michel Temer, seria pior.

Outros conselheiros temeram repres�lias do governo pela posi��o adotada pelo presidente SRB. No entanto, a maioria dos presentes, entre eles ao menos tr�s ex-presidentes da entidade ruralista, defendeu Junqueira e o impeachment de Dilma.