
Prestes a votar o relat�rio preliminar que pede a continuidade do processo disciplinar contra o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a sess�o do Conselho de �tica foi suspensa devido ao in�cio da ordem do dia no plen�rio. A expectativa � que os membros do colegiado retomem a reuni�o e votem ainda nesta ter�a-feira, 01, o parecer.
Em discurso, o relator Marcos Rog�rio (PDT-RO) defendeu que a mat�ria fosse enfrentada pelo plen�rio e disse reconhecer as hip�teses de quebra de decoro na representa��o. Ele reiterou que o papel � apurar se a conduta de Cunha � compat�vel com decoro. "N�o condenarei sem provas em ofensa a garantias individuais", declarou.
Durante a sess�o, que durou mais de tr�s horas, o advogado Marcelo Nobre reclamou que o C�digo de �tica sofre interpreta��es contr�rias � defesa e criticou o andamento do processo sem a an�lise de um recurso na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ). "Exerc�cio de defesa n�o � manobra", repetiu.
A "tropa de choque" de Cunha alegou que h� uma politiza��o do processo e que a vota��o da admissibilidade causa risco de cometimento de injusti�a. "O que n�o pode � que o processo seja somente discutido na ordem pol�tica, como desejam alguns membros do conselho, que querem politizar o tema", disse o l�der do PSC, Andr� Moura (SE). O deputado chegou a alfinetar os petistas que estavam na sess�o e cobrou deles a mesma postura de defesa da investiga��o no caso do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. "Infelizmente o discurso n�o � o mesmo aqui", provocou.
J� o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), fiel aliado de Cunha, disse que caber� ao Supremo Tribunal Federal (STF) julgar o peemedebista e � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) em produzir provas contra ele. Para o peemedebista, o governo quer "passar o trator" sobre Cunha e falou que a admiss�o do processo � uma injusti�a que o presidente da C�mara n�o merece. "Eu n�o dormiria (com a condena��o de um inocente)", afirmou.
O deputado Z� Geraldo (PT-PA) ironizou as tentativas do grupo de Cunha de protelar os trabalhos e comparou os aliados ao time de futebol do Barcelona. "� um time organizado, � preparado", afirmou. O petista disse que cada um que estava ali defendendo Cunha teria recebido, como pagamento, cargos na Casa e citou o deputado Manoel J�nior (PMDB-PB) como indicado para presidir uma comiss�o. "Se isso n�o � pagamento, � recompensa", disse.
O termo "pagamento" chegou a causar tumulto no plen�rio. "Pe�o que retire o termo pagamento das notas taquigr�ficas", reclamou Wladimir Costa (SD-PA). Manoel J�nior acusou os petistas de terem inicialmente manifestado o desejo de votar a favor de Cunha e amea�ou entrar com um processo por quebra de decoro contra Z� Geraldo. "Esse parlamentar n�o se vende por nada, quero que tenha respeito por minha hist�ria", disse em tom de irrita��o.