S�o Paulo, 04 - O depoimento de mais de duas horas prestado pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no Pavilh�o de Autoridades, ao lado do aeroporto de Congonhas, abordou assuntos como as palestras proferidas por ele e o seu eventual envolvimento com o tr�plex do Guaruj�, o s�tio de Atibaia e outros bens. Ele tamb�m teve que falar sobre a rela��o que mantinha com outros membros do PT, entre eles o ex-tesoureiro Jo�o Vaccari Neto e Jos� Dirceu, disse nesta sexta-feira, 4, o deputado federal Paulo Teixeira (PT), vice-l�der do governo na C�mara. Teixeira acompanhou uma parte do depoimento, ao lado de tr�s advogados que representavam Lula. Dois procuradores conduziram o depoimento.
Lula, segundo Teixeira, manteve serenidade durante o depoimento, mas tamb�m reagiu com indigna��o quando questionado sobre assuntos como pedalinhos de seus netos. Ele tamb�m explicou que seus bens est�o declarados em seu Imposto de Renda.
Tamb�m perguntaram a Lula sobre bens pertencentes � Presid�ncia da Rep�blica e que est�o em dom�nio p�blico. "Perguntaram muito sobre esses bens e chegaram at� a perguntar se havia vinho dentre esses bens. Ele disse que recebia presentes de v�rios presidentes da rep�blica e de primeiros-ministros e que recebeu garrafas de vinho, mas que n�o � grande apreciador de vinhos e que tem muita dificuldade de diferenciar o vinho nacional do estrangeiro", relatou Teixeira.
Lula, segundo Teixeira, teria confirmado a ida ao tr�plex do Guaruj� e reiterado que o apartamento n�o � propriedade sua. "Ele disse que atribuem a ele algo que n�o � dele."
O deputado destacou que Lula j� teria prestado mais de "uma dezena" de depoimentos � PF e ao Minist�rio P�blico, e por isso a a��o da Pol�cia Federal era injustific�vel. Teixeira n�o soube dizer se mais algum parente de Lula foi ouvido hoje, e sinalizou que os sigilos telef�nico e banc�rio do ex-presidente teriam sido quebrados.
"O objetivo (da a��o da PF) foi desgastar a imagem de algu�m que lidera a corrida presidencial. N�o se pode derrotar um candidato por meio da Justi�a, um candidato se derrota nas urnas", disse o vice-l�der do governo na C�mara. "O Brasil escreveu nesta manh� uma p�gina triste da sua hist�ria e espero que o povo brasileiro e o Supremo Tribunal Federal n�o permitam mais (esse tipo de situa��o). Entendo que hoje foi um ba� de ilegalidades, in�meras ilegalidades contra o presidente Lula, e acho que isso desacredita aqueles que praticaram as provas."
Teixeira tamb�m pediu que o PT se mobilize e adote todas as provid�ncias cab�veis contra os acontecimentos de hoje. "Vamos recorrer a todos os �rg�os de Estado e vamos mobilizar a sociedade brasileira. Acho que o PT tem que se insurgir contra essa viol�ncia. O PT n�o pode assistir a essa agress�o passivamente", frisou.
Perguntado se as declara��es dadas por Delc�dio do Amaral em dela��o premiada fizeram parte do depoimento, Teixeira disse acreditar que o prop�sito da a��o da PF n�o era esse. "Creio que n�o fa�a parte destas declara��es que ele prestou nesta manh�. Acho que pode ter sido uma ordem judicial, que fora concedida ontem e, portanto, n�o tinha na ordem judicial nenhum ingrediente relacionado a isso (Delc�dio).