S�o Paulo, 04 - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, alvo da Opera��o Aletheia, �pice da Lava Jato, afirmou que se sentiu "prisioneiro hoje". Na manh� desta sexta-feira, 4, o petista foi conduzido coercitivamente - quando o investigado � levado para depor e liberado - pela Pol�cia Federal. Lula prestou depoimento por mais de tr�s horas em uma sala no Aeroporto de Congonhas, em S�o Paulo.
"A minha indigna��o � pelo fato de 6 horas da manh� terem chegado na minha casa, v�rios delegados, ali�s, muito gentis, n�o sei se s�o sempre assim, mas muito gentis, pedindo desculpas, que estavam cumprindo uma decis�o judicial e a decis�o era do juiz Moro", declarou Lula em entrevista coletiva na sede do PT.
No discurso, o ex-presidente criticou a imprensa pelo que considera um "espet�culo midi�tico" e disse que "hoje quem condena as pessoas s�o as manchetes".
"Eu me senti ultrajado, como se fosse prisioneiro, apesar do tratamento cort�s do delegado da Pol�cia Federal. Se quiseram matar a jararaca, n�o bateram na cabe�a, bateram no rabo. A jararaca t� viva, como sempre esteve", afirmou.
Lula disse que o juiz S�rgio Moro, que conduz a Lava Jato, poderia t�-lo intimado. "Poderia ter mandado um comunicado. �� seu Luiz In�cio, quer prestar depoimento em Curitiba?� Eu gosto de Curitiba, eu poderia ir l� em Curitiba. Assim me facilitava, n�o precisava pagar uma passagem para ir a Curitiba. Poderia me convidar em Bras�lia. Eu ia", disse.
"Eu me senti prisioneiro hoje. Eu, sinceramente, j� passei por muita coisa na minha vida, n�o sou homem de guardar ressentimento, guardar m�goa, mas n�o pode continuar assim."
Para a Procuradoria, "h� evid�ncias de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da destina��o e reforma de um apartamento tr�plex e de um s�tio em Atibaia, da entrega de m�veis de luxo nos dois im�veis e da armazenagem de bens por transportadora. Tamb�m s�o apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a t�tulo de supostas doa��es e palestras.
"Eu acho que eu merecia um pouco mais de respeito neste Pa�s."