O Conselho de �tica quer convocar o deputado Vin�cius Gurgel (PR-AP), um dos aliados do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a prestar esclarecimentos sobre a suposta falsifica��o da sua assinatura na carta em que ele renuncia � vaga de titular no Conselho. A den�ncia de falsifica��o foi feita pelo jornal Folha de S. Paulo. A ren�ncia foi feita na noite do dia 1º de maio e madrugada do dia 2, numa tentativa de impedir o processo de cassa��o contra o presidente da C�mara.
O jornal Folha de S.Paulo consultou dois peritos que atestaram a falsidade da assinatura do deputado Vin�cius Gurgel (PR-AP). Na noite da vota��o, 2 de mar�o, quando aliados de Cunha foram surpreendidos com a retomada da sess�o que havia sido suspensa devido ao in�cio das vota��es em plen�rio, Gurgel encaminhou uma carta de ren�ncia ao cargo de membro titular do colegiado. Na ocasi�o, o pr�prio l�der do PR, deputado Maur�cio Quintella Lessa (AL), assumiu a fun��o para assegurar que o voto favor�vel a Cunha fosse mantido. O parecer contra o peemedebista foi aprovado por 11 votos a 10.
Naquela noite, advers�rios de Cunha desconfiaram da troca de �ltima hora e sugeriram ao presidente do conselho, Jos� Carlos Ara�jo (PR-BA), que n�o aceitasse a mudan�a. Os aliados de Cunha alegaram que Gurgel estava doente e que o documento foi encaminhado naquele dia por meio de avi�o. Ara�jo aceitou a mudan�a. Nesta semana, Gurgel voltou como titular ao colegiado, o que gerou revolta. Parlamentares contaram que Vin�cius faz uso de forte medica��o e que no dia ele estava em Bras�lia, mas n�o tinha condi��es de comparecer � sess�o noturna.
A ren�ncia de Gurgel chegou �s 22h40 e, logo depois, houve a indica��o de Maur�cio Quintela Lessa (AL) � vaga. Mesmo com a manobra, Cunha foi derrotado. A assinatura, segundo aliados, pode ter sa�do diferente devido �s condi��es em que ele se encontrava. Ao jornal, o deputado disse que estava de ressaca. Nos �ltimos tempos, o colegiado vinha passando por sucessivas mudan�as. Naquele mesmo dia foi anunciada a entrada do deputado Silas C�mara (PSD-AM) como suplente. J� o PTB mudou a deputada Jozi Ara�jo (AP) da titularidade para supl�ncia e transferiu o deputado S�rgio Moraes (RS) de suplente para titular no bloco.
“Sugiro que possa convocar o deputado a dar os esclarecimentos necess�rios. E que tomemos as medidas cab�veis no foro no �mbito criminal, porque o que foi cometido aqui foi um ato que extrapola a fun��o parlamentar e at� o exerc�cio dentro desse Conselho. O representado (Eduardo Cunha) participou direta e indiretamente disso”, afirma o deputado J�lio Delgado (PSB-MG).
Para o conselheiro, Eduardo Cunha atuou para alterar o resultado da vota��o que culminou com a aprova��o do parecer pela continuidade da a��o disciplinar. Em um longo discurso na reuni�o administrativa do colegiado, o deputado - que � advers�rio pol�tico de Cunha - afirmou que o caso "� da mais alta gravidade para o Conselho e para esta Casa", atentando contra o decoro parlamentar e a �tica. Ele recomendou que se abra uma investiga��o para apurar quem colheu a assinatura do deputado e questionou a raz�o pela qual a Secretaria Geral da Mesa Diretora atestou a autenticidade da assinatura. "Foi tudo feito na Mesa da C�mara dos Deputados, na presid�ncia do representado", acusou.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) pregou que Gurgel venha se explicar ao colegiado sobre o suposto caso de fraude. O parlamentar - que voltou a ser membro titular do colegiado - n�o compareceu � sess�o desta manh�. "Vamos jogar luz sobre esse epis�dio grav�ssimo", declarou. O relator da a��o contra Cunha, deputado Marcos Rog�rio (PDT-RO), chamou o epis�dio de "manobra criminosa" e considera que isso pode comprometer os trabalhos do grupo. "Se confirmada essa den�ncia, estamos diante de um crime e uma tentativa de fraude aos trabalhos do conselho. Acho que esse � um caso para a pol�cia investigar", afirmou.