Delc�dio confessa ter recebido propina de US$ 1 mi de Pasadena

Bras�lia, 15 - Em depoimento de dela��o premiada, o senador Delc�dio Amaral (PT-MS) confessou ter recebido US$ 1 milh�o em propina para pagar d�vidas de campanha. O dinheiro era fruto da compra, pela Petrobras, da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), e foi repassado pelo ent�o diretor Internacional da companhia, Nestor Cerver�, atualmente preso pela Opera��o Lava Jato. Ao saber do montante de suborno movimentado pelo ent�o dirigente da estatal, o petista se disse "estupefato".

O petista relatou que, ap�s ser derrotado na disputa pelo Governo do Mato Grosso do Sul, em 2006, recorreu a Cerver� e Renato Duque, ent�o diretor de Servi�os, hoje tamb�m preso na Lava Jato, para obter recursos de fornecedores da estatal. A campanha havia se encerrado com um rombo de R$ 5 milh�es a R$ 6 milh�es.

Ele explicou que, enquanto n�o recebia retorno dos dirigentes da companhia, recorreu ao ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Bezoini, e o PT assumiu parte dos d�bitos. A ajuda para pagar outra parcela veio de Cerver�, que o avisou de que Fernando Baiano, operador de propinas na companhia, o procuraria para repassar US$ 1 milh�o em esp�cie.

"O depoente soube, posteriormente, que a origem desses recursos teria advindo de propinas pagas a partir da compra da Refinaria de Pasadena, no valor global de US$ 15 milh�es. O depoente sabia que Cerver� arrecadava dinheiro, a titulo de propina, para o PMDB do Senado", diz trecho do depoimento de dela��o transcrito pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR).

Os recursos, explicou, foram usados para quitar d�vidas com fornecedores de campanha e n�o contabilizados. "O depoente sabe que, sendo doa��o oficial de campanha ou n�o, o valor destinado seria oriundo de propina. Concorda que o pedido que realizou a Cerver� e a Duque foi errado. Reconhece esse erro", diz transcri��o do depoimento Delc�dio. Ele contou n�o saber do montante de propina movimentado por Cerver�. "Quando obteve tal conhecimento, ficou estupefato", diz o documento.

Para receber os recursos de Cerver�, Delc�dio enviou um de seus amigos, Alberto Godinho. No depoimento, ele ressaltou, contudo, que o emiss�rio n�o sabia da origem do dinheiro.

O petista tamb�m citou poss�vel pagamento de propina na compra da Refinaria de Okinawa, no Jap�o, por US$ 72 milh�es. "O depoente acredita que o mesmo esquema de pagamento de propinas, j� investigado no Caso Lava lato, repetiu-se durante a compra de Okinawa. Os desenvolvedores do projeto de compra foram Cerver� e a equipe comandada por ele", diz trecho do depoimento transcrito pela PGR.