Minist�rio P�blico se tornou rei absolutista no Brasil, diz Cl�udio Lembo

S�o Paulo, 18 - O ex-governador de S�o Paulo Cl�udio Lembo (PSD) comentou nesta sexta-feira, 18, em evento promovido pela Carta Capital, que o Minist�rio P�blico se tornou um "rei absolutista" no Brasil, que faz o que quer e n�o responde pelos seus atos. "Lu�s XIV era menos que um promotor p�blico no Brasil", disse.

Segundo ele, o poder Judici�rio tomou "aspectos messi�nicos, particularmente no Paran�", Estado onde fica o juiz S�rgio Moro, respons�vel pelo andamento do processo da Opera��o Lava Jato. Ele diz que o Brasil parece viver a hist�ria do conto "O Alienista", de Machado de Assis. "Um dia vai se perceber que o louco n�o somos n�s. N�o se prende todo mundo, n�o se usa pris�o preventiva como est� se usando no Pa�s. Nem os militares fizeram isso", criticou.

Para o ex-governador, a situa��o atual do Brasil � mais grave do que 1964, ano do golpe militar. "Naquela ocasi�o se podia fazer o conflito direto com os militares, e hoje em dia � em nome da legalidade que se fazem as coisas".

Lembo tamb�m criticou a divulga��o dos di�logos entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, interceptados pela Pol�cia Federal. Para ele, a conversa deveria ter sido entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), em fun��o do foro privilegiado de Dilma. "Entregar essas grava��es para uma emissora de TV � um golpe, um golpe midi�tico".

Para Lembo, um dos erros de Lula foi pensar que tinha sido aceito na "casa grande", ap�s sair da "senzala". "Ningu�m � recebido na casa grande se n�o pertencer ao grupo social deles. Os empreiteiros s�o brilhantemente envolventes e o Lula foi envolvido. Mas n�o era amizade, era um interesse ego�stico, e deu no que deu", afirmou.

O ex-governador disse ainda que o momento atual repete o que a oligarquia brasileira vem fazendo h� 400 anos, que � a tomada do poder de todas as formas poss�veis. "A cidadania � mera fic��o no Brasil. Nada � pior do que a oligarquia brasileira e especialmente a paulista. � incr�vel, a oligarquia paulista n�o quer o progresso social de maneira alguma. A burguesia paulista est� com uma �nsia de matar", comentou, em refer�ncia aos movimentos para tirar Dilma do poder.