S�o Paulo - O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo sem Medo, que congrega organiza��es ligadas aos movimentos sociais, Guilherme Boulos disse nesta ter�a-feira que se o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff for efetivado e for decretada a pris�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, o Brasil ser� "incendiado por greves, ocupa��es e mobiliza��es". "N�o haver� um dia de paz do Brasil", disse.
"H� setores do mercado que acham que v�o tirar Dilma e v�o fazer as "reformas estruturais" que se precisa para a sociedade brasileira. O escambau. Este Pa�s vai ser incendiado por greves, por ocupa��es, mobiliza��es, travamentos. Se forem at� as �ltimas consequ�ncias nisso n�o vai haver um dia de paz no Brasil", completou.
As declara��es foram feitas durante entrevista coletiva concedida por ele e outros coordenadores da Frente Povo Sem Medo, para anunciar atos marcados para a pr�xima quinta-feira, 24, em diversas cidades brasileiras "em defesa da democracia e de uma sa�da pela esquerda". A mobiliza��o conta com apoio de artistas, juristas, economistas e intelectuais.
Em S�o Paulo, os organizadores esperam reunir 50 mil pessoas no Largo da Batata, na zona oeste da capital, a partir das 17 horas. Os manifestantes marchar�o cerca de seis quil�metros at� a sede da Rede Globo, na zona sul da cidade. No Rio de Janeiro ser�o realizados dois atos, um pela manh� na Praia Vermelha e outro, � tarde, na Cinel�ndia. Na capital federal a concentra��o ser� em frente ao Bras�lia Shopping a partir das 16 horas. Est�o confirmadas manifesta��es tamb�m em Curitiba, Fortaleza, Recife e Uberl�ndia.
Segundo Boulos, as mobiliza��es t�m objetivo de marcar posi��o de entidades de esquerda, ligadas aos movimentos populares, que s�o cr�ticas ao governo federal mas a favor da legalidade das a��es das pol�cias, Minist�rio P�blico e Justi�a.
"O esp�rito dessa mobiliza��o � dizer que estamos extremamente preocupados com esta ofensiva antidemocr�tica e golpista no Brasil, mas que ao mesmo tempo n�o nos identificamos com a pol�tica deste governo. Entendemos que as pol�ticas assumidas pelo governo Dilma s�o indefens�veis. Defender a democracia n�o significa defender este governo", disse.
Al�m dos questionamentos em rela��o ao governo, o manifesto de convoca��o dos atos faz duras cr�ticas � atua��o do juiz S�rgio Moro, que conduz as investiga��es em primeira inst�ncia da opera��o Lava Jato - que tem como pano de fundo a condu��o coercitiva e emin�ncia da pris�o de Lula - e da m�dia.
"N�o � de hoje que o Estado brasileiro � seletivo. A ado��o da Justi�a de exce��o � regra desde sempre nas periferias urbanas, contra pobres e negros. Direito de defesa aqui nunca existiu", diz o texto. Segundo Boulos, a TV Globo foi escolhida como alvo por ser � um s�mbolo da a��o das "for�as conservadoras e golpistas".