Bras�lia, 30 - Uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a jurista Janaina Paschoal abriu sua apresenta��o na comiss�o do impeachment rebatendo a afirma��o de que impeachment sem crime fundamentado � golpe. "Estamos diante de um quadro em que sobram crimes de responsabilidade", acusou Janaina, para um plen�rio lotado.
A jurista disse que os eleitores foram v�timas de um golpe e que governo criou um ambiente de falsa sensa��o de estabilidade. "V�timas de golpe fomos n�s", declarou.
Janaina afirmou que h� configura��o de um "quadro omissivo doloso da presidente", principalmente no que se refere �s den�ncias de corrup��o na Petrobras. Sobre as pedaladas fiscais, tema principal do pedido de afastamento da presidente, a jurista ressaltou que foi utilizado dinheiro de bancos p�blicos "sem ter condi��es, sem ter arrecada��o". Ela enfatizou que o governo fez opera��es de cr�dito com institui��es financeiras controladas de forma irregular.
Assim como o jurista Miguel Reale J�nior, Janaina tamb�m foi interrompida algumas vezes em sua apresenta��o por deputados alinhados com o Pal�cio do Planalto. "Se tomaram empr�stimos de institui��es controladas e se fez isso em um n�mero de opera��es justamente no ano eleitoral. Isso � importante para nossa den�ncia. Isso caracteriza a fraude eleitoral. Na popula��o, se criou um sentimento de seguran�a financeira e fiscal que j� n�o havia", pontuou.
Para a jurista, o eleitorado foi iludido ao acreditar que tudo que estava sendo prometido em campanha seria cumprido, enquanto havia uma "sangria do lado de l�". Ela tamb�m questionou a fonte de financiamento de campanhas no exterior e a indica��o do marqueteiro do PT Jo�o Santana para esses trabalhos. "Quem pagou essa conta?", ponderou.
No final de seu discurso, a jurista voltou a dizer que "o povo foi enganado" e que n�o lhe � agrad�vel a pecha de "golpista". "N�o � confort�vel esse sentimento que estamos praticando um golpe", afirmou.
Em sintonia com a oposi��o, Janaina disse que a responsabilidade fiscal e a capacidade de programa��o n�o s�o valores "nesse governo" e acusou o governo petista de agir como se o Estado pertencesse ao PT. Neste momento, a jurista foi aplaudida pela oposi��o e os governistas protestaram. Ela ainda sugeriu que os parlamentares assistissem a um v�deo onde o atual advogado-geral da Uni�o, ministro Jos� Eduardo Cardozo, diz que o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal � pass�vel de impeachment.
"Estamos passando um Pa�s a limpo. Quando as pessoas v�o �s ruas, est�o esperando que essa Casa tome provid�ncias. N�o � s� afastar a presidente, � afastar e mudar tudo que est� errado na pol�tica brasileira", finalizou a jurista, sob aplausos efusivos da oposi��o e gritos de "n�o vai ter golpe" dos contr�rios ao impeachment.