Temer diz a empres�rios que n�o vai abafar Lava Jato, diz membro da Fiesp

S�o Paulo, 31 - O vice-presidente Michel Temer garantiu a empres�rios que n�o haver� qualquer opera��o "abafa" da Lava Jato, caso ele assuma a Presid�ncia da Rep�blica ap�s eventual afastamento de Dilma Rousseff, relatou Rodrigo Rocha Loures, presidente do Conselho Superior de Inova��o e Competitividade da Fiesp. Loures participou de almo�o a porta fechadas de Temer com conselheiros do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que durou cerca de duas horas nesta quinta-feira, 31.

"Ele (Temer) falou que estava sendo noticiado que haveria um jogo de abafa caso ele viesse a assumir a Presid�ncia, o PMDB viesse a ficar respons�vel pelo governo do Pa�s. Ele afirmou que isso, em absoluto, n�o vai acontecer porque ele � um constitucionalista, ele respeita as institui��es e ele sabe que esse � um processo que ocorre na esfera do poder Judici�rio e que ele ser� o primeiro a respeitar a autonomia desse programa (a Lava Jato). Isso repercutiu muito bem no meio dos empres�rios" afirmou Loures, que disse haver uma preocupa��o entre o empresariado para que a institucionalidade brasileira seja recuperada no processo de combate � corrup��o. "A corrup��o � muito prejudicial ao bom funcionamento da economia", completou.

Loures disse que Temer n�o fez qualquer refer�ncia aos quadros do PMDB que s�o investigados na Lava Jato - entre eles est�o, por exemplo, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, respectivamente presidentes da C�mara e do Senado. "N�o, isso n�o", respondeu. "Ele s� disse que, enquanto vice-presidente e caso venha a ser presidente, ele vai respeitar a autonomia e a din�mica da Lava Jato. Ele disse tamb�m que quando foi constituinte, foi um dos protagonistas dos artigos na Constitui��o que valorizaram o empoderamento do Minist�rio P�blico e as autonomias, ent�o entende que, no regime democr�tico deve haver equil�brio dos diversos poderes e que o Executivo deve permitir que o Judici�rio funcione."

Segundo o membro da Fiesp - entidade que se mobiliza pelo impeachment -, Temer tamb�m justificou aos empres�rios o desembarque do PMDB do governo Dilma Rousseff, oficializado no dia 29. Temer teria afirmado aos empres�rios que um dos motivos foi o governo Dilma n�o ter aceito as propostas do partido para a economia, no plano de teor liberal chamado "Uma Ponte para o Futuro".

"Ele disse que o atual governo n�o se sensibilizou pela proposta do PMDB, mas que eles v�o prosseguir trabalhando e avan�ando nesses estudos."

Fl�vio Rocha, presidente da Riachuelo e conselheiro do Iedi, tamb�m relatou que Temer citou a quest�o para explicar a sa�da do PMDB da base governista. "O presidente (sic) se disse frustrado pelo governo n�o ter acatado o 'Ponte para o Futuro' e isso precipitou a sa�da."

Economia

Como em ocasi�es anteriores, em que se reuniu com empres�rios, Temer defendeu as propostas do programa peemedebista. Segundo Rocha, o vice-presidente destacou a proposta de fazer as reformas previdenci�ria e trabalhista, "dando mais for�a ao que � negociado entre as partes do que o que est� legislado", a desvincula��o de despesas do or�amento federal, a redu��o do Estado, o aumento da competitividade e a diminui��o da burocracia. "A voz geral de todos que falaram foi de total apoio ao 'Ponte para o futuro', que � a mais perfeita s�ntese das reformas, � um projeto para o Pa�s. Alguns at� parabenizaram a coragem do PMDB em assumir um plano de reformas t�o ousado, necess�rio."

Segundo Rocha, Temer foi convidado pelo Iedi para o encontro. Havia cerca de 40 empres�rios no espa�o reservado de um restaurante em �rea nobre da capital paulista. Temer saiu sem falar com a imprensa. Tanto Loures como Rocha se declararam favor�veis ao impeachment de Dilma como op��o para "troca de ciclo" no Pa�s.