Bras�lia, 12 - O presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rebateu na noite desta ter�a-feira, 12, discurso da presidente Dilma Rousseff, onde a petista se refere indiretamente a ele e ao vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, como "dois chefes do golpe que agem em conjunto e de forma premeditada".
Ele disse n�o se sentir enquadrado porque est� comprometido com o cumprimento da lei e que "seria �timo se esse fosse o mesmo prop�sito dela". "Se alguma conspira��o existe, ela s� pode ser do povo, n�o ser� nunca da nossa parte. Estamos comprometidos �nica e exclusivamente com o respeito � Constitui��o, � lei e o regimento da Casa", rebateu.
Questionado se ficaria no cargo at� 2017 caso Temer assuma a presid�ncia da Rep�blica, Cunha recha�ou a hip�tese de renunciar. "N�o mudei minha resposta", disse.
Cunha vai anunciar at� esta quarta-feira, 13, a ordem de chamada dos parlamentares no dia da vota��o do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O deputado disse que est� tomando cuidado para dar a interpreta��o correta da regra de acordo com os precedentes anteriores.
Ele negou que a ordem de chamada v� influenciar no resultado da vota��o. "Influenciar o qu�? Todos os 513 ser�o chamados, todos v�o exercer seu direito a voto. Voc� acha que algu�m chegar� l� influenciado por alguma coisa? () Acho isso uma bobagem", desdenhou.
A sess�o de vota��o come�a na sexta-feira pela manh�, dia em que haver� a apresenta��o da defesa e da acusa��o, al�m do discurso de uma hora das lideran�as partid�rias. Cunha ressaltou que oferecer� um advogado dativo caso o advogado-geral da Uni�o, ministro Jos� Eduardo Cardozo, n�o compare�a.
No s�bado ser� a vez dos deputados inscritos falarem por tr�s minutos cada, o que pode estender a sess�o para a madrugada ou at� mesmo emendar com a sess�o do dia seguinte. No domingo, a vota��o est� marcada em princ�pio para as 14h e Cunha prev� que o resultado saia entre 20h e 21h, uma vez que cada deputado deve levar em m�dia por 30 segundos para dar seu voto.
Cunha defendeu a vota��o no domingo e disse que est� apenas seguindo uma sequ�ncia regimental.
"Pior � fazer isso num dia �til porque tem vida normal, as pessoas trabalhando aqui, uma Esplanada ocupada. N�o vejo nenhum problema, n�s n�o estipulamos o dia de domingo. Sempre dissemos que ao fim de 48 horas seriam tr�s dias para faz�-lo", declarou o parlamentar, defendendo que � poss�vel garantir a seguran�a do evento.
O presidente da C�mara informou que pretende colocar um tel�o fora da C�mara e outro dentro para que as pessoas possam acompanhar a vota��o.
O peemedebista justificou que a chamada em ordem alfab�tica foi adotada no impeachment do ex-presidente Fernando Collor porque na �poca n�o havia previs�o regimental estabelecendo um rito. O regimento hoje n�o fala em ordem alfab�tica.
Temer
Sobre o vazamento do �udio onde Michel Temer fala como se o processo de impeachment j� tivesse sido aprovado pela C�mara, Cunha defendeu o vice-presidente e disse que se tratou de um vazamento acidental.
"A rea��o me parece que n�o � cab�vel para quem fez alguma coisa acidental. N�o vejo nenhum objetivo do vice-presidente de criar qualquer tipo de constrangimento. Pelo contr�rio, a posi��o dele tem sido de muito equil�brio", afirmou.