Bras�lia, 17/04/2016 - O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse estar "enojado" com a decis�o da C�mara pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele classificou a sess�o do plen�rio deste domingo como um "esc�ndalo" e um "festival de horrores". Apesar de n�o considerar a sa�da de Dilma, Lindbergh afirmou que o PT faria oposi��o aguerrida a uma eventual gest�o de Michel Temer (PMDB) e defendeu elei��es diretas em caso de impeachment.
Lindbergh criticou as falas dos parlamentares durante o an�ncio dos votos e disse que a transmiss�o da sess�o presidida por Cunha "foi um tiro no p�" da oposi��o, que enfraqueceu o movimento pr�-impeachment nas ruas. "Engra�ado, acho que ningu�m votou pelas pedaladas fiscais, votaram pela fam�lia, era cada declara��o terr�vel", disse. "Ave Maria, achei um discurso desrespeitoso, eu senti nojo, � impressionante."
O senador conta com um sentimento de reprova��o popular a Temer para reverter a situa��o do governo no Senado. "Se ele (Temer) consumar esse golpe, n�o se sustenta tr�s meses no governo, vai ser escorra�ado pela popula��o. O povo vai ver isso de cara, � muito desgaste junto e isso n�o � o que as ruas estavam querendo. As ruas queriam a mudan�a e a� vem o velho PMDB, isso � um esc�ndalo", comentou.
Caso Temer assuma a presid�ncia da Rep�blica, o petista sugeriu que poderia haver um movimento popular a favor de elei��es diretas. "Vamos lutar contra o golpe. Agora, consumado o golpe, esse governo do Temer n�o teria legitimidade. Seria muito melhor recorrer a um processo de elei��es diretas. Eu acho que isso vir� com for�a, vindo do povo, e pode existir uma press�o gigantesca das ruas."
O senador acredita que hoje a oposi��o n�o tem votos suficientes para o julgamento final no Senado, mas que deve conseguir aceitar a an�lise do pedido de impedimento de Dilma no Congresso. Dos 81 senadores, o petista contabiliza 28 votos a favor do governo. Apesar de dizer que ainda n�o considera o afastamento da presidente, Lindbergh j� adiantou que o PT n�o reconhecer� o governo de Temer e que far� "oposi��o aguerrida".
Sobre a mudan�a de votos em cima da hora na C�mara, considerada como trai��o por petistas, Lindbergh responsabilizou a tropa de choque de Temer. "Essa turma � muito barra pesada, Cunha, Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), o ex-deputado Sandro Mabel, o ex-ministro Eliseu Padilha, esses caras jogaram com todas as armas. Os ministros palacianos s�o freiras de convento na frente deles", acusou.
A estrat�gia do governo no Senado a partir desta segunda-feira ser� inicialmente tentar estender o rito do impeachment na Casa o m�ximo poss�vel, segundo o senador. Al�m disso, o foco dos governistas ser� tirar a credibilidade de uma eventual gest�o Temer. Ele disse que, a partir de amanh�, deve se reunir com o Pal�cio do Planalto para "organizar as coisas no Senado".