Bras�lia, 18 - Ao entregar formalmente o processo de impeachment ao Senado, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu celeridade para o rito. De acordo com ele, o Pa�s viver� agora um momento de "meio governo", que n�o possui apoio pol�tico na C�mara.
"A representa��o do governo, � claro, deixou de existir. Porque deixou de existir para a C�mara este governo. Por isso que a celeridade do Senado � t�o importante", afirmou. Na opini�o do presidente da C�mara, nenhuma mat�ria relevante ter� condi��es de ser votada na C�mara enquanto o processo de impeachment estiver paralisado no Senado.
Buscando um tom moderado, ao se colocar ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Cunha afirmou que n�o caberia a ele criticar ou elogiar a condu��o do processo de impeachment no Senado, mas defendeu a import�ncia de uma delibera��o r�pida.
"A demora � muito prejudicial para o Pa�s, porque voc� est� com um governo que ficou meio governo. Ou ele vira de novo governo, ou deixar� de ser governo. Essa decis�o o Senado vai proferir. Agora a demora n�o � boa para o Pa�s e nem para o pr�prio governo", afirmou.
Quanto ao funcionamento da C�mara, Cunha relembrou que, nesta semana, a Casa n�o ter� sess�es de vota��o. Na pr�xima semana, entretanto, tr�s medidas provis�rias v�o trancar a pauta. Como s�o mat�rias enviadas pelo governo, Cunha duvida que sejam apreciadas, mas garantiu que cumprir� seu papel de abrir a vota��o. "� muito dif�cil voc� votar qualquer mat�ria do pr�prio governo. � claro que, da minha parte, a pauta est� l� e eu abrirei como sempre."
O presidente da C�mara chegou ao Senado pela porta dos fundos e n�o cruzou o Sal�o Azul antes de falar reservadamente com Renan Calheiros (PMDB-AL) na sala de audi�ncias. Ele chegou acompanhado de deputados pr�-impeachment pouco depois de funcion�rios trazerem em um carrinho os 34 volumes, com mais de 12 mil p�ginas, do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.