Bras�lia, 20 - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez na manh� desta quarta-feira, 20, um duro ataque ao presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao tentar apressar a vota��o pelos senadores do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na segunda-feira, 18, um dia ap�s os deputados aprovarem o pedido contra a presidente, Cunha foi categ�rico ao dizer que a C�mara n�o votar� nada relevante at� que o impeachment seja apreciado pelos senadores.
"Quanto mais o presidente da C�mara tentar interferir no ritmo do andamento do processo no Senado sinceramente ele s� vai atrapalhar", disse Renan. "A paralisa��o da C�mara n�o ajuda o Brasil, esse 'locaute' n�o ajuda o Brasil, ele s� atrapalha ainda mais a situa��o que j� � muito ruim", frisou ele, na chegada a seu gabinete.
Para o peemedebista, de todos os impeachments, a autoriza��o dada pela C�mara para que o Senado aprecie o pedido contra Dilma foi o que mais demorou. Segundo ele, isso se deveu exatamente por causa da judicializa��o. A decis�o de Cunha de admitir o pedido foi dada no in�cio do m�s, mas a manifesta��o dos deputados s� ocorreu no �ltimo domingo.
Renan disse que o Senado, "por mais que se queira", n�o pode atropelar prazos e nem deve fazer isso perante a Hist�ria. Em outra cutucada � Casa comandada por Cunha, ele disse que, enquanto a C�mara votava o impeachment, o Senado apreciava uma s�rie de projetos, entre eles a Lei de Responsabilidade das Estatais, as mudan�as na explora��o do pr�-sal e o desaparelhamento da gest�o dos fundos de pens�o.
Para o peemedebista, o Senado vai "sempre" distinguir os interesses do Brasil dos interesses dos governos, que s�o ef�meros e passageiros. Mantendo o seu discurso de que age de forma imparcial, Renan n�o quis opinar sobre se o relator da comiss�o do impeachment, que deve ser eleito na segunda-feira, 25, deve ser de um partido neutro. Ele disse que n�o ficaria bem ele tentar influir ou decidir sobre a indica��o de ningu�m.
Elei��es
O presidente do Senado sinalizou haver dificuldades pol�ticas para uma eventual aprecia��o de uma Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que prop�e antecipar para outubro as elei��es do presidente e vice. Essa PEC foi apresentada ontem por um grupo de 27 senadores, com apoio inclusive de petistas.
Segundo Renan, � "muito dif�cil qualquer movimento mais brusco nesta hora" em que o Senado aprecia o pedido de impedimento de Dilma. "Qualquer coisa que aparece, sempre haver� uma leitura se ela beneficia um lado ou beneficia o outro", avaliou.