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Estado de Minas

Democracia d� tom a discursos

Durante entrega da Medalha da Inconfid�ncia, em Ouro Preto, tanto o governador quanto o ex-presidente do Uruguai destacam import�ncia do voto e da participa��o popular na pol�tica


postado em 22/04/2016 00:12

Marcelo da Fonseca


Ouro Preto – A homenagem a personalidades e entidades mineiras na cerim�nia da Medalha da Inconfid�ncia, na manh� de ontem, em Ouro Preto, se tornou um ato contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), defendeu a import�ncia do voto popular como principal arma da democracia para superar crises econ�micas e turbul�ncias pol�ticas. O governador entregou ao ex-presidente do Uruguai e senador, Jos� Mujica, o Grande Colar, maior condecora��o do estado concedida a pessoas que contribu�ram para o desenvolvimento de Minas.

Mujica fez um discurso relembrando a luta para que a democracia se estabelecesse na Am�rica Latina e a import�ncia da participa��o popular na pol�tica. Ao longo de toda a cerim�nia, o p�blico presente na Pra�a Tiradentes, Centro da cidade hist�rica, gritou contra o presidente da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB), e o vice-presidente Michel Temer (PMDB), chamado de golpista e traidor.

Pimentel relembrou o movimento dos inconfidentes como exemplo hist�rico brasileiro pela luta pela liberdade e emancipa��o pol�tica de Portugal. Para ele, a luta pela liberdade nos dias de hoje se trava em nome do direito de a popula��o escolher seus representantes, se referindo ao processo de impeachment da presidente Dilma. “Neste momento dram�tico da vida nacional � preciso renovar o compromisso da na��o. Dia 21 de abril � uma das datas mais importantes da nossa hist�ria, de luta pela liberdade. H� exatos 224 anos, Tiradentes foi executado por lutar pela liberdade. Aqui nasceu o sonho de um pa�s soberano. Hoje, o novo nome da liberdade � a defesa da democracia, da vontade soberana, expressa pelo voto livre e popular”, afirmou Pimentel.

Ao contr�rio da cerim�nia do ano passado, quando o acesso � Pra�a Tiradentes foi liberado, o evento de ontem teve entrada restrita e controlada. A pra�a foi cercada por grades e s� entraram pessoas com autoriza��o. V�rios integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) participaram da cerim�nia, que abriu a primeira etapa de uma marcha que far�o em defesa da democracia, com chegada a Belo Horizonte prevista para domingo. O p�blico levou v�rias faixas e cartazes com cr�ticas ao vice-presidente Temer e pedindo a pris�o de Eduardo Cunha. Tamb�m houve manifesta��es em defesa da presidente Dilma Rousseff, com gritos de “n�o vai ter golpe”. Quando o vice-governador Ant�nio Andrade (PMDB) foi chamado ao palco para entregar as medalhas, parte da plateia vaiou e gritou contra o PMDB.

Em seu discurso, Pimentel cobrou uma postura mais moderada dos principais l�deres pol�ticos do pa�s para que o governo consiga estabilizar a economia. “Sem pacifica��o na arena pol�tica n�o vamos encontrar solu��o para a economia. (…) As conquistas sociais s�o um legado de todos os brasileiros, n�o deste ou daquele partido. A pacifica��o n�o ser� obtida por meio de artimanhas jur�dicas e pol�ticas que buscam confundir a consci�ncia de nossa gente”, disse o governador.

“Luta eterna” O ex-presidente do Uruguai Jos� Mujica foi o mais festejado ao longo de toda a cerim�nia. Usando cal�as jeans, camisa e blusa de frio, simplicidade que sempre adotou at� mesmo como chefe de Estado, Mujica esteve acompanhado de sua mulher, a senadora Luc�a Topolansky, e saudou a bandeira do MST ao entrar na cerim�nia. Ele fez um discurso relembrando a import�ncia das conquistas sociais dos pa�ses da Am�rica Latina e citou os avan�os do Brasil como exemplo para o mundo. “Mineiros, a vida me ensinou algumas coias. Sei que os �nicos derrotados s�o os que param de lutar. Sempre avan�am os que lutam por um pouco mais de igualdade. � uma luta eterna, com percal�os e ca�das, mas � preciso se reerguer e recome�ar”, disse o uruguaio.

Mujica ressaltou a import�ncia do respeito aos resultados das urnas e alertou que o maior perigo para o futuro brasileiro em um momento de grande crise � que os jovens se tornem desesperan�osos com a pol�tica. “A democracia nunca ser� perfeita, porque � uma constru��o humana e n�s seres humanos n�o somos perfeitos. A sociedade ter� conflitos, at� porque n�o vivemos sozinhos, apesar de sermos muito diferentes. Por isso, precisamos da pol�tica. A fun��o da pol�tica � limitar as dores e injusti�as, estimular a luta por um mundo melhor. O pior resultado que pode existir para as novas gera��es brasileiras � que muitos podem pensar que a pol�tica n�o serve para nada e que deixem de participar”, discursou Mujica.


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