Cunha quer votar projeto que pode interferir em vota��es no Conselho de �tica

Bras�lia, 27 - O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer colocar em vota��o nesta quarta-feira, 27, um projeto de resolu��o que muda a condi��o de voto dos suplentes nas comiss�es permanentes na Casa, incluindo o Conselho de �tica. Advers�rios do peemedebista apontam na proposta mais uma tentativa de livr�-lo do processo em curso que pode levar � sua cassa��o.

Atualmente, em caso de aus�ncia do membro titular, vota no colegiado o suplente do bloco partid�rio que registrar presen�a primeiro. Considera-se bloco partid�rio o que foi formado no in�cio da legislatura. Pelo projeto defendido por Cunha, passa a valer o voto do suplente que for do mesmo partido.

O projeto de resolu��o, que inicialmente visava redefinir a distribui��o do comando das comiss�es a partir do n�mero atualizado de partidos com representa��o na C�mara, prop�e mudan�as no Regimento Interno da Casa. � nesse ponto que as lideran�as partid�rias contr�rias a Cunha apontam uma tentativa de manobra para interferir na vota��o do Conselho de �tica. Uma emenda da Rede pedia que a nova regra n�o valesse para colegiados j� em funcionamento, como o conselho, mas a proposta foi ignorada.

"Essa quest�o � t�o grave que levou � ren�ncia de titulares do Conselho de �tica por aus�ncia em vota��es decisivas no caso de Eduardo Cunha. O que vai se votar tem rela��o direta com a den�ncia contra o presidente da Casa e � por isso que isso est� sendo votado", denunciou nessa ter�a em plen�rio o l�der da Rede, Alessandro Molon (RJ).

O voto do suplente do bloco partid�rio j� foi motivo de controv�rsia na Casa. Recentemente, na comiss�o especial do impeachment, um parlamentar do PMDB faltou � vota��o e quem votou em seu lugar foi o primeiro que registrou presen�a na abertura da sess�o, para protesto dos peemedebistas. No Conselho de �tica, o ent�o titular Vin�cius Gurgel (PR-AP) faltou � vota��o do parecer preliminar contra Cunha e, para impedir que um suplente do PT votasse em seu lugar, renunciou de �ltima hora � titularidade e pediu que seu l�der assumisse a vaga, de forma a garantir voto favor�vel ao peemedebista.

Na noite de ter�a, o presidente da C�mara argumentou que hoje os partidos n�o exercem sua representa��o nas comiss�es e que, aprovada a resolu��o, a regra valer� para todas as comiss�es, incluindo o Conselho de �tica. "Vale para a Casa inteira. Por que voc� vai discriminar? � para acabar justamente com essa gincana de marcar presen�a primeiro", disse.