Em reuni�o nesta quarta-feira com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, deputados federais do PT tra�aram uma estrat�gia de rea��o ao eventual governo de Michel Temer. A ordem do Pal�cio do Planalto � deixar o vice-presidente "� m�ngua", sem informa��es sobre a gest�o, e acelerar os programas em andamento pela presidente Dilma Rousseff.
Com a certeza de que Dilma ser� afastada por at� 180 dias no primeiro julgamento no plen�rio do Senado, que deve ocorrer em 11 de maio, o governo e o pr�prio PT j� preparam os pr�ximos passos do div�rcio litigioso. Deputados disseram � reportagem, por�m, que o PT desistiu de encampar agora a proposta de antecipa��o das elei��es presidenciais, porque n�o pode partir da legenda a ideia de que � preciso encurtar o mandato de Dilma.
No encontro, comandado pelo presidente do PT, Rui Falc�o, deputados disseram que a ideia de propor a antecipa��o das elei��es presidenciais deve partir da pr�pria Dilma, como j� afirmou o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
Lula tamb�m conversou sobre esse cen�rio, nesta quarta-feira, com senadores contr�rios e favor�veis ao impeachment. Na lista estavam L�dice da Mata (PSB-BA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Jo�o Capiberibe (PSB-AP), que votam para salvar Dilma, al�m de Wellington Fagundes (PR-MT), um dos vice-l�deres do governo, que agora se posicionou a favor do afastamento da petista.
Na ter�a-feira, Lula j� havia se reunido com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Apesar de apoiar novas elei��es, Renan avalia que � muito dif�cil aprovar uma Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) sobre isso no Congresso, neste momento. Em conversas reservadas, ele sugere um plebiscito em outubro, quando ocorrer�o disputas para prefeitos, para que a popula��o decida se quer antecipar as elei��es. Uma PEC precisa ser votada em dois turnos em cada casa do Congresso e s� � aprovada se obtiver tr�s quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49).
Na reuni�o com Berzoini e Falc�o, deputados petistas disseram que ser� quase imposs�vel aprovar um plano assim na C�mara presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A portas fechadas, houve cr�ticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda n�o se posicionou sobre o pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica para afastar Cunha do cargo. O presidente da C�mara � r�u em a��o autorizada pelo Supremo, acusado de desviar recursos no esquema de corrup��o da Petrobras, e enfrenta processo de cassa��o do mandato no Conselho de �tica da C�mara.