Bras�lia, 28 - O presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou nesta quinta-feira, 28, que a Casa esteja paralisada em virtude do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que agora est� no Senado. Ele, no entanto, admitiu que o ritmo dos trabalhos dos deputados foi desacelerado. "O problema � que n�o tem governo, o governo n�o existe na C�mara. N�o existe nem para encaminhar vota��o. O partido do governo est� obstruindo (a vota��o) de sua pr�pria Medida Provis�ria. A verdade � que o governo acabou na Casa", resumiu.
Para Cunha, o per�odo em que se aguarda a decis�o do Senado � dif�cil porque "n�o h� di�logo, nem com quem dialogar" no governo. Ele afirmou que n�o houve paralisia nos trabalhos da C�mara, lembrou que as comiss�es permanentes j� foram escolhidas e come�ar�o a funcionar na pr�xima semana. "Vai continuar havendo vota��es", declarou.
Hoje, por exemplo, foi votado um pedido de urg�ncia para a proposta de reajuste do Judici�rio, mas Cunha ressaltou que n�o h�, ainda, acordo para vota��o do m�rito da mat�ria. Ele negou que tenha dito que a C�mara n�o votaria nada durante o processo de impeachment, mas comentou que n�o havia vontade pol�tica entre os l�deres partid�rios para votar.
"Obviamente n�o estamos num ambiente de normalidade. Esse ambiente s� voltar� a uma normalidade ap�s a decis�o pol�tica que o Senado vai proferir, seja ela qual for, ent�o obviamente que a Casa e o mundo pol�tico est�o em compasso de espera por essa situa��o, mas isso n�o significa que n�o vamos continuar funcionando", afirmou.
Ataques
Alvo todos os dias de ataques duros e discursos incisivos dos advers�rios, que n�o cansam de cham�-lo nas sess�es plen�rias de "bandido", "corrupto" e "g�ngster", Cunha voltou a prometer que vai entrar com queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os parlamentares e pedir� a abertura de processo na Corregedoria da Casa contra os que sa�ram da cr�tica pol�tica e partiram para a agress�o e a ofensa pessoal.
O peemedebista - que costuma ignorar os ataques e atuar como se n�o tivessem falando dele - disse que n�o cair� no "golpe" dos que querem provocar uma rea��o destemperada dele, e afirmou que est� sendo atacado por "membros de uma organiza��o criminosa que � o PT".
"Na verdade o que est� havendo � um desespero, um desespero de quem vai perder as suas boquinhas, de quem est� saindo do governo e n�o se conforma com o resultado da vota��o. Esse desespero que est� sendo colocado por esse partido assemelhado a uma organiza��o criminosa, que n�o tem autoridade moral para atacar quem quer que seja e fica tentando. Funciona como um punguista na pra�a, que bate a carteira e grita 'pega ladr�o'", reagiu.
CCJ
Para o presidente da C�mara, Osmar Serraglio (PMDB-PR) � um dos melhores deputados para presidir a Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ). Ele destacou que, assim como toda a bancada do PMDB, Serraglio tamb�m � um "aliado". "Osmar � um dos melhores quadros dessa Casa, relator da CPI do Mensal�o. Gra�as a ele muitas das condena��es do Mensal�o puderam ocorrer, ent�o ele tem um grande m�rito no combate � corrup��o do PT no governo", elogiou.
Cunha avisou que entrar� com outros recursos na CCJ, al�m do que j� existe na comiss�o e aguarda an�lise, contra seu processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de �tica. O peemedebista deixou claro que conta com a celeridade na aprecia��o de seus pedidos, independentemente da comiss�o ser comandada pelo PMDB. "� uma coisa que dever� ter celeridade num recurso dessa natureza em qualquer circunst�ncia, n�o tem nada a ver com o PMDB", disse.