Curitiba e S�o Paulo, 28 - A for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato acredita que a Sete Brasil foi criada para majorar pre�os e fraudar as licita��es do bilion�rio mercado de navios e plataformas, criado a partir da descoberta do pr�-sal, em 2007. "Temos fortes indicativos que as empresas que compunham a Sete Brasil atuavam em cartel", afirmou o procurador da Rep�blica Deltan Dallagnol, da for�a-tarefa da Lava Jato. Ele concede entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, quando foram denunciados 17 alvos, entre eles o marqueteiro do PT Jo�o Santana e a mulher dele, Monica Moura, que est� fazendo dela��o premiada.
Parte dos recursos que teriam pago as campanhas lideradas por Santana para o PT, sustenta a den�ncia, sa�ram da propina de contrata��o do estaleiro Keppel Fels pela Sete Brasil, para fornecimento de plataformas � Petrobras. O intermediador desses valores seria o operador de propinas Zwi Skornicki, tamb�m denunciado pelo MPF, que atuava como lobista do estaleiro no Brasil.
A Procuradoria denuncia pela primeira vez um dos pacotes de contratos da Sete Brasil, criada em 2010 para fornecimento de navios-sondas e plataformas para a Petrobr�s. "� uma licita��o de cartas marcadas, para a Sete Brasil", afirmou Dallagnol, ao apontar que o contrato de fornecimento para a estatal petrol�fera foi fraudado.
O crime, no entanto, ainda n�o � parte da acusa��o criminal desta quinta-feira. Desta vez est� sendo imputada a lavagem de dinheiro da corrup��o na Petrobras envolvendo o PT, por meio do marqueteiro Jo�o Santana. Preso desde fevereiro, em Curitiba, Jo�o Santana foi o marqueteiro da presidente Dilma Rousseff (2010 e 2014) e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (2006).
Conta secreta do marqueteiro e sua mulher, M�nica Moura, na Su��a, em nome da offshore Shellbill Finance, recebeu US$ 4,5 milh�es do operador de propinas do estaleiro Keppel Fels.
O procurador Dallagnol explicou que a fraude na licita��o para contrata��o da Sete Brasil e o cartel das empreiteiras e estaleiros no esquema ainda ser� alvo de outras acusa��es. Ao todo, seis estaleiros foram contratados para fornecimento de 28 navios-sondas no total de US$ 23 bilh�es. "Para cada contrato era paga propina de 1%", disse. A Sete Brasil � uma empresa que atua como intermedi�ria entre a Petrobras e os estaleiros contratados para desenvolver as embarca��es e fornec�-las � estatal.
Um e-mail entre executivos indica, segundo o procurador, que "antes de se saber formalmente quem ganharia a licita��o, j� se sabia que a Sete Brasil venceria e que estava negociando com os estaleiros contratados".