Bras�lia - As dificuldades encontradas na montagem de um novo governo levou o vice Michel Temer (PMDB) a revisar a inten��o de contar com uma equipe de "not�veis" e reduzir o Minist�rio. Os dois itens foram defendidos como priorit�rios pelo peemedebista antes do in�cio das negocia��es com os partidos que devem compor a nova base aliada, ap�s um eventual afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Al�m disso, o fator Lava Jato tem sido uma barreira para a defini��o de um titular para a Justi�a, pasta � qual est� subordinada a Pol�cia Federal. H� ressalvas em escolher algu�m ligado aos partidos com parlamentares investigados. Fora isso, nomes sondados para o cargo, como do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto, t�m recusado a ideia. "A minha contribui��o no servi�o p�blico j� foi dada", disse Britto.
Na lista inicial de not�veis tamb�m estava o cirurgi�o paulista Raul Cutait, que ocuparia, na cota do PP, a pasta da Sa�de. O nome dele foi barrado pela bancada do partido na C�mara, que quer indicar um deputado ao cargo.
'Fatura amiga'
� medida que avan�am as negocia��es, Temer n�o est� livre nem dos embara�os criados pela pr�pria bancada do PMDB da C�mara. Contrariados com a possibilidade de perderem os Minist�rios da Sa�de e da Ci�ncia e Tecnologia, deputados cobram para serem compensados por pastas do mesmo porte.
"N�o queremos abrir m�o do espa�o que n�s temos. N�o podemos pelo fato de termos presidente ficar para tr�s", afirmou o deputado licenciado Edinho Bez (PMDB-SC), ap�s participar ontem de reuni�o da bancada com Geddel e o ex-ministro Eliseu Padilha, articuladores de Temer.
Na sa�da do encontro, Geddel deu o tom sobre as dificuldades enfrentadas. "Problemas sempre t�m. Se n�o tivesse, estava desempregado", afirmou.
Como alternativa pela perda de espa�o, representantes da bancada do PMDB da C�mara querem que Temer adote o mesmo modelo de distribui��o de cargos usado pelo governo do PT, em que "aliados" indicam o titular da pasta e o partido do presidente, os cargos do segundo e terceiro escal�es. Por essa l�gica, criticada no passado pelos pr�prios peemedebistas, lideran�as do partido est�o de olho em superintend�ncias estaduais da Educa��o, do Transporte e da Agricultura, que devem ter ministros de DEM, PR e PP, respectivamente.
Sem redu��o
Diante dessa press�o, Temer come�ou a indicar que n�o pretende fazer cortes radicais no n�mero de minist�rios. No passado recente, o PMDB chegou a pregar a exist�ncia de apenas 20 pastas, em vez das atuais 32. Aos deputados da legenda, o vice disse nesta quarta-feira, 4, que deve aguardar o per�odo de tr�s meses na Presid�ncia para decidir sobre poss�veis cortes. "Como eu vou assumir provisoriamente, vou aproveitar para ver isso e depois as pessoas terem o direito de me cobrar", disse o vice, segundo o deputado Jarbas Vasconcelos (PE).
Apesar dos problemas, Temer fez avan�ar algumas negocia��es para acomodar os indicados dos partidos. Al�m de minist�rios, o PP quer comandar a Caixa Econ�mica Federal e, para tanto, indicar� o ex-ministro Gilberto Occhi, que � funcion�rio de carreira do banco. Para a pasta de Direitos Humanos, como forma de atrair o bloco de partidos nanicos da C�mara, Temer sondou a deputada Renata Abreu (PTN-SP), vice-presidente nacional da sigla.