Vanessa Grazziotin n�o v� legitimidade em afastar Dilma do cargo

Bras�lia, 11 - A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que o Senado Federal "est� prestes a cometer uma grande injusti�a com a hist�ria dos brasileiros". Ela voltou a defender que a presidente Dilma Rousseff n�o cometeu crimes de responsabilidade e, portanto, n�o h� legitimidade em afast�-la do cargo.

"Quis o destino que os ventos da democracia a transformasse na primeira presidenta do Brasil. E, agora, esta destemida, brava e combativa mulher � novamente submetida a julgamento, desta vez em um col�gio que deveria, por obriga��o, defender a democracia", afirmou.

Para Vanessa, o objetivo � afastar "uma presidente legitimamente eleita e colocar no lugar um presidente que n�o obteve um voto sequer da popula��o". "Falam de tudo, s� n�o falam do crime, porque crime n�o h�. E, sem legitima��o jur�dica, � golpe."

Ela voltou a dizer que a tese para o afastamento de Dilma � "contaminada pelo �dio" e que tem origem em "uma elite inconformada com o resultado das urnas em 2014". Vanessa Grazziotin tamb�m sustentou que o processo est� "viciado". "A den�ncia foi encomendada pelo PSDB, foi assinada por advogados e membros do PSDB e foi relatada por um senador do mesmo partido."

Al�m de alegar ilegitimidade, Vanessa afirmou que n�o h� ind�cios de que Dilma cometeu crimes. "Para inclu�-la, criaram uma nova figura jur�dica e passaram a chamar contrato de presta��o de servi�o de opera��o de cr�dito".

Senador Reguffe

O senador Reguffe (sem partido-DF) fez duras cr�ticas � gest�o da presidente Dilma e anunciou voto a favor do impeachment. Ele defendeu a import�ncia do respeito ao or�amento e � meta fiscal.

"Quem ganha a elei��o, governa. Mas esse governante n�o tem o direito de fazer o que quiser, ele tem que respeitar a legisla��o vigente do Pa�s. Modificar a meta fiscal n�o � coisa de Pa�s s�rio. Meta � para ser cumprida", argumentou.

Reguffe relembrou que o or�amento p�blico foi criado ainda na era medieval, mas que recentemente a presidente Dilma editou decretos de cr�ditos suplementares "sem autoriza��o", e afirmou que isso fere a Lei Or�ament�ria Anual. Para Reguffe, o ato configura crime de responsabilidade.

O senador afirmou ainda que o nome do regime em que governante faz o que quer � "ditadura" e cobrou que a presidente responda pelos seus atos. "Corrup��o existe em todo pa�s do mundo, o que n�o pode haver � impunidade."

Por fim, o senador afirmou que, devido ao desrespeito a Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei Or�ament�ria Anual, ele vota pela admissibilidade do processo de impeachment.

H�lio Jos�

O senador H�lio Jos� (PMDB-DF) anunciou voto pela admissibilidade do processo de impeachment, mas em seu discurso frisou que, durante a tramita��o do processo no Senado, as teses ouvidas lhe geraram muitas d�vidas. "Pensei que ao final, ap�s apreciar todos os argumentos, poderia proferir meu voto com tranquilidade. Ledo engano. Me encontrei diante de um complexo debate", afirmou.

Ele disse que "os compromissos da vida democr�tica devem prevalecer sobre as prefer�ncias pessoais" e que as quest�es "devem ser analisadas com cautela em fun��o dos desdobramentos que podem causar na vida pol�tica e no futuro da na��o".

Tecendo elogios tanto � acusa��o quanto � defesa, afirmou que vai votar pela admissibilidade porque h� "ind�cios" de crime de responsabilidade cometido pela presidente Dilma Rousseff. "N�o estamos colocando em sua testa um r�tulo de culpada ou inocente, pois esta n�o � a fase de julgar o m�rito", destacou.

Segundo o peemedebista, a decis�o pela admissibilidade deveria ser um "consenso" entre todos os senadores. Ele afirmou que, caso assuma a presid�ncia, Michel Temer (PMDB-SP) tem a tarefa de "recolocar a economia nos trilhos". "Ele garantiu a mim que as conquistas sociais das �ltimas d�cadas ser�o preservadas e at� ampliadas", afirmou, desejando a Temer "serenidade, equil�brio e determina��o, visando o desenvolvimento econ�mico e social".