
Abatido, Lula passou essa quarta-feira (11) no hotel onde costumava despachar, em Bras�lia, desde que sua posse na Casa Civil foi suspensa por decis�o judicial.
Conversou com senadores do PT e at� do PMDB de Temer, al�m de se reunir com movimentos sociais para organizar um ato de solidariedade � Dilma, na manh� de hoje, diante do Pal�cio do Planalto.
Ap�s 13 anos e quatro meses no poder, o PT volta para a oposi��o apostando no racha entre Temer e o PMDB do Senado, que j� d� sinais de descontentamento em rela��o � montagem do Minist�rio. A ordem � formar um grupo para esquadrinhar as primeiras medidas do presidente interino e desconstru�-las. O PT vai intensificar a luta pol�tica no Senado, j� que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), � antigo desafeto de Temer.
"Faremos uma oposi��o firme, mas n�o a que eles fizeram. N�o vamos agir para provocar instabilidade econ�mica. Eles deram apoio � pauta-bomba e n�s n�o vamos fazer isso", disse o l�der do governo Dilma no Senado, Humberto Costa (PT-PE). "N�o deixaremos que se consume a perda de direitos sociais, que acabem com o pr�-sal nem que privatizem a Caixa Econ�mica Federal", emendou o senador Paulo Rocha (PA), l�der do PT.
'Dia seguinte'
Lula, na defini��o de quem esteve com ele, j� est� "com a cabe�a no dia seguinte". Toda a estrat�gia est� sendo preparada para reconstruir a imagem do PT e lan�ar a candidatura do ex-presidente em 2018. Tudo depende, por�m, do desfecho da Opera��o Lava Jato, j� que ele est� na mira da Pol�cia Federal e tamb�m do Minist�rio P�blico.
Em conversa com senadores, Lula disse ser simp�tico � ideia de um plebiscito para consultar se a popula��o apoiaria antecipar as elei��es presidenciais. A proposta chegou a ser defendida por Renan, para contrariedade de Temer. Na pr�tica, o PT far� tudo para aumentar as diverg�ncias entre os dois.
Nos �ltimos dias do governo, Dilma desistiu de enviar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) ao Congresso para encurtar o seu mandato porque a Central �nica dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Sem Terra (MST) foram contra a ideia, sob o argumento de que a presidente, mesmo afastada, ainda pode retornar ao Planalto.
O plebiscito popular em outubro, m�s das elei��es municipais, pode se transformar numa bandeira a ser empunhada pelo PT. O tema deve ser discutido na reuni�o do Diret�rio Nacional do partido, marcada para ter�a-feira, com a presen�a de Lula.
Ser� o primeiro encontro da c�pula petista ap�s o impeachment de Dilma. O PT vai bater na tecla de que a presidente foi "apeada" do poder sem cometer crime de responsabilidade. Nos bastidores, por�m, dirigentes da legenda observam que somente esse discurso n�o basta para a resist�ncia.
Viagens
A ideia � que Dilma percorra o Pa�s e fa�a viagens internacionais para denunciar o "golpe" de Estado. Os petistas querem, ainda, que a presidente afastada divulgue em todos os palanques os programas sociais do PT e fa�a um contraponto com a gest�o Temer. "N�s vamos infernizar a vida dele desde o primeiro dia", resumiu o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.