Bras�lia, 12 - Menos de 24 horas depois de autorizar a abertura de um inqu�rito contra o presidente do PSDB, senador A�cio Neves (MG), o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes acatou a argumenta��o da defesa do tucano e suspendeu a fase de colheita de provas sobre o envolvimento de A�cio no esquema de propina ligado a Furnas.
Segundo Gilmar, os advogados de A�cio conseguiram demonstrar que n�o h� elementos novos que justifiquem a instaura��o de um inqu�rito, visto que os detalhes que constam na dela��o do ex-senador Delc�dio Amaral (sem partido - MS) j� eram de conhecimento da Procuradoria-Geral da Rep�blica.
"A peti��o do parlamentar pode demonstrar que a retomada das investiga��es ocorreu sem que haja novas provas, em viola��o ao art. 18 do CPP e � S�mula 524 do STF", afirma o ministro.
O ministro tamb�m determinou o retorno dos autos ao procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, "para que, � vista da documenta��o, requeira o que entender de direito".
O envolvimento de A�cio no esquema de Furnas havia sido mencionado anteriormente pelo doleiro Alberto Youssef em dela��o premiada. Mas, � �poca, a men��o ao tucano foi arquivada a pedido de Janot, que considerou que as informa��es do delator eram insuficientes.
Para o procurador-geral, no entanto, a dela��o de Delc�dio trouxe elementos novos e corroboraram fatos narrados por Youssef, o que justificaria a abertura do inqu�rito.
A�cio � investigado por suposto recebimento de propina de empresas terceirizadas que mantinham contrato com Furnas. A vantagens indevidas seriam pagas pelas empresas ao ex-diretor da companhia, Dimas Toledo, que as repassava para o tucano.
Na manifesta��o de defesa enviada por A�cio a Gilmar, o senador afirma que o Tribunal de Contas da Uni�o realizou auditoria nos contratos de terceiriza��o da companhia e n�o constatou ind�cios de desvio. O tucano tamb�m esclareceu que seu av� e o av� de Dimas Toledo eram correligion�rios pol�ticos, o que explica a amizade das fam�lias.
Em outra linha da investiga��o, est� a suspeita de que recursos il�citos oriundos do esquema fossem lavados no exterior por meio de uma empresa ligada � irm� de A�cio, bem como pelo envio de valores a conta em Lichtenstein, utilizando o servi�o de doleiros.
A defesa de A�cio alega que essa empresa foi aberta em 1993 e encerrou suas atividades em 1999, e n�o em 2010, o que faz com que a empresa estivesse fora de atividade na �poca em que A�cio � acusado de participar do esquema de Furnas.