Como Perondi, parlamentares de oposi��o ao governo da presidente Dilma Rousseff nem lembravam mais como era circular pelo Planalto. A maioria deles n�o pisava ali havia 13 anos.
Com a chegada de Temer ao poder, os parlamentares sabem que essa realidade mudou. Avessa � rela��o pol�tica com os pol�ticos, Dilma nunca abriu brecha para esse tipo de contato. No m�ximo, se relacionava com l�deres partid�rios. Na maioria das vezes, delegava aos ministros essa tarefa, da qual n�o escondia sentir desprazer. Acabou vendo seu governo degringolar por n�o saber construir uma ponte s�lida com deputados e senadores.
Temer, ao contr�rio, construiu sua carreira pol�tica no Congresso fazendo o oposto. Liderou a bancada do PMDB, comandou a legenda nacionalmente, presidiu a C�mara e foi, durante um tempo, articulador pol�tico do pr�prio governo Dilma.
Nesta quinta-feira, 12, durante sua posse, deputados e senadores se acotovelavam para cumprimentar o novo presidente e comemorar o tr�nsito livre que passar�o a ter pelos corredores do Planalto.
Mudan�a
Era imposs�vel n�o notar o clima de estranhamento nesta quinta, no Planalto, com a troca da guarda sendo feita de forma t�o radical. Pela manh�, Dilma se despediu do poder. Ao seu lado, apenas uns poucos ministros e pol�ticos petistas. Do lado de fora, integrantes de movimentos sociais gritavam palavras de ordem e hostilizavam a imprensa.
Horas depois, � tarde, chegavam os novos ocupantes do poder. A aus�ncia de mulheres na sua equipe ministerial foi considerada um retrocesso at� mesmo por aliados. O tom mais formal de seu discurso foi outra novidade. S� quebrou esse gelo quando perdeu a voz e foi socorrido por um assessor com uma pastilha, enquanto os aliados gritavam seu nome.